Missões das Nações Unidas contam com apenas 6% de forças femininas; organização pede aos países que ajudem aumentar participação e diz que populações valorizam o trabalho delas; Guterres destaca atuação dos boinas-azuis contra Covid-19; este ano, Prêmio Defensora Militar da Igualdade de Gênero da ONU saiu para a brasileira Carla Araújo e a indiana Suman Gawani.
Mulheres na Manutenção da Paz é o tema do Dia Internacional dos Boinas-Azuis, celebrado neste 29 de maio. A celebração de 2020 destaca o papel feminino nessas operações, onde atuam 95 mil civis, policiais e militares de todo o mundo.
Para marcar a data, o secretário-geral da ONU, António Guterres, divulgou um vídeo elogiando a atuação das forças de paz femininas e disse que elas “têm mais acesso às comunidades” e ajudam assim a melhorar a proteção de civis, a promover direitos humanos e a reforçar o desempenho da organização em geral.
Pandemia
Guterres lembrou ainda que essas “promotoras da paz” se encontram na linha da frente no combate à Covid-19 em contextos precários. Elas “usam a rádio local para espalhar as mensagens de saúde pública, entregam produtos de prevenção necessários em comunidades e apoiam esforços das forças de paz locais”.
De acordo com a ONU, apenas 6% do contingente militar, de polícia e de agentes de justiça e de pessoal atuando no terreno são mulheres.
Guterres pede aos países que façam mais para que alcançar a representação igualitária em todas as áreas da paz e segurança. Este ano, a celebração coincide com o 20º aniversário da Resolução do Conselho de Segurança 1325 sobre Mulheres, Paz e Segurança.
Mais de 1 milhão de homens e mulheres já serviram como forças de paz das Nações Unidas. Nessas missões, ocorreram mais de 3.9 mil mortes de boinas-azuis em serviço.
Medalha
O chefe da ONU disse que a pandemia é um dos maiores desafios de sempre para os boinas-azuis que cumprem mandatos de paz e de segurança, ao mesmo tempo que ajudam os países a lidar com a Covid-19.
O apelo de Guterres é que haja união em favor da luta pela paz, para derrotar a pandemia e construir um futuro melhor.
A ONU realiza diversas iniciativas pelo mundo para marcar o Dia Internacional dos Boinas-Azuis. Em Nova Iorque, haverá uma cerimônia de deposição de flores e entrega virtual de medalha póstuma às famílias de 83 boinas-azuis mortos em 2019.
Também numa cerimônia online, o secretário-geral entregará o Prêmio Defensor Militar da Igualdade de Gênero da ONU à boina-azul brasileira Carla Monteiro de Castro Araújo, que atua na República Centro-Africana, e à major militar indiana Suman Gawani, que serviu no Sudão do Sul.
Fonte: ONU News