Brasil mais pobre

A economia brasileira encolheu 3,8% em 2015 na comparação com 2014, segundo os dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados nesta quinta-feira (3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).  Essa é a maior queda desde que a atual pesquisa do IBGE começou a ser feita, em 1996. Se forem considerados os dados anteriores do PIB, que começam em 1948, é o pior resultado em 25 anos, desde 1990 (-4,3%), quando Fernando Collor de Mello assumiu o governo e decretou o confisco da poupança. Esta é a sétima vez que o Brasil tem PIB negativo desde 1948: 1981 (-4,3%), 1983 (-2,9%), 1988 (-0,1%), 1990 (-4,3%), 1992 (-0,5%), 2009 (-0,1%) e, agora, 2015 (-3,8%).

Em valores correntes, o PIB de 2015 ficou em R$ 5,9 trilhões. O PIB per capita ficou em R$ 28.876 em 2015, com queda de 4,6% em relação ao ano anterior.

A indústria encolheu 6,2% no ano passado e puxou o resultado do PIB para baixo. Todas as atividades da indústria sofreram queda, exceto a de exploração de petróleo e gás natural (+4,9%).

O maior tombo (-9,7%) foi o da indústria da transformação, que produz bens de consumo (como carros e geladeiras) e fornece máquinas e equipamentos para outras indústrias. Essa área funciona como um termômetro do setor industrial como um todo.

O comércio também encolheu bastante: -8,9%. Com isso, o setor de serviços fechou em baixa de -2,7%.

O único setor que cresceu em 2015 foi a agropecuária (1,8%), reflexo do bom desempenho de produções como soja (+11,9%) e milho (+7,3%).

Considerando apenas o PIB do quarto trimestre, houve uma queda de 1,4% em relação ao terceiro trimestre. Foi a quarta queda seguida nesse tipo de comparação, e indica que a recessão se aprofundou.

Bastam dois trimestres seguidos de queda para se considerar que um país está em recessão técnica.

Na comparação com o quarto trimestre de 2014, o tombo do PIB foi de 5,9%, na maior queda desde o início da série histórica que começou em 1996. Foi a sétima queda seguida nesse tipo de comparação, na maior sequência de resultados negativos desde 1996.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.