Fique de olho: sua cabeça pode estar a prêmio

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Como se antecipar a uma demissão

Muitas vezes o “climão” já está instalado. Num dia o profissional sabe por terceiros que não foi convocado para uma reunião de que, a princípio, deveria participar. No outro dia, num canto da sala, um colega lança um olhar como se soubesse de algo que não pudesse contar. Até que noutro dia, o telefone toca e a convocação para a conversa sobre a demissão vem “de surpresa”.

“É claro que muitas demissões são motivadas por cortes de gastos com pessoal, mas nem sempre. Às vezes, o profissional simplesmente não está performando como o esperado ou apresenta algum problema comportamental e o gestor decide substituí-lo”, explica Marcelle Neves Oliveira, Gerente de Desenvolvimento Organizacional da Luandre.

Para se prevenir de uma situação como essa é preciso estar bastante atento ao entorno e aos feedbacks. Para Marcelle, também é importante não confundir uma percepção baseada em fatos com paranoia: “ir trabalhar com insegurança de ser dispensado a qualquer momento só vai atrapalhar, mas em alguns casos não é somente receio, fatos podem realmente estar antecipando uma demissão”, explica.

Para entender quando é apenas medo ou quando há algo estranho, as especialistas em RH reuniram alguns fatos relevantes a serem avaliados:

– Mudança de tratamento por parte do chefe direto

Respostas enviesadas, chamadas de atenção e até mesmo uma postura de menos atenção, como o caso citado acima do “não-convite” para um call ou reunião são indicações claras de que algo não vai bem. “Neste caso, pode ser que o gestor ainda não tenha uma decisão tomada, mas esteja inclinado a avaliar outra contratação, por este motivo uma conversa franca e educada sobre o que está acontecendo e o que pode ser melhorado pode salvar o emprego”, diz Marcelle.

– Rádio-peão

Um colega pode estar ciente da demissão por conta de alguma conexão com outros gestores e acabar contando “a novidade” na tentativa de alertar e fazê-lo ir atrás de outra oportunidade. Isso, porém, só vai gerar mais ansiedade no colaborador, que vai começar a trabalhar com angústia e ressentimento. “Não é demissão até que seja anunciada, por isso, uma conversa assertiva, porém calma e sem rispidez, pode reverter uma situação ruim sim”, destaca Marcelle.

– Treinamento de outro profissional

Não é o comum, mas algumas empresas começam a entrevistar ou testar outros profissionais antes de demitir o que não está mais agradando, então, vale ficar atento a vagas que são publicadas pela empresa em redes sociais com as mesmas atribuições do cargo e até mesmo ao que parece ser o treinamento de alguém para as mesmas funções, quando é sabido que não há mais vagas na empresa com as mesmas características.

Segundo Marcelle quando isso acontece a conversa pode ser feita, mas infelizmente a decisão já praticamente certa e o melhor é ir pesquisando novas vagas.

Autoanálise

Além destas situações externas, as especialistas da Luandre destacam que o profissional deve também fazer uma autoanálise para entender se seu rendimento baixou, se seu comportamento na empresa com os colegas e com os gestores, mudou, e quais seriam as causas para tanto, uma promoção que não veio, a falta de motivação pelo excesso de trabalho ou pela falta de novos desafios, ou qualquer coisa que não esteja satisfatória. “Muitas vezes nos sabotamos por insatisfação. Mais que a análise do ambiente, o entendimento de si próprio e do que é preciso mudar ou melhorar é fundamental”, conclui Marcelle.

Para finalizar, a demissão nunca deve ser uma surpresa! Você também pode fazer a sua parte. Mantenha sempre uma conversa de feedback com seu gestor e, esteja alinhado aos valores da empresa. Dessa forma, entenderá se será necessária alguma mudança de sua parte para se manter na companhia.