Admiradas no mundo todo, as peças moldadas a partir de argila, água e compostos orgânicos, possuem uma história tão rica quanto sua importância cultural. O Japão é pioneiro no mundo na arte de queimar a argila para produzir recipientes. As primeiras peças foram as cerâmicas Jomon que surgiram há 16.000 anos. E desde então, a produção da cerâmica japonesa conheceu diversas multiplicidades, porém umas das principais técnicas que distingue a cerâmica japonesa ainda é a queima em alta temperatura.
No Brasil, essa arte chega durante a Segunda Guerra Mundial, um pouco após o início da imigração japonesa para o Brasil. Existem estudos que analisam esse processo de consolidação dos imigrantes japoneses no país e, comprovam que foi por volta de 1925 e 1941, que começam as primeiras manifestações de atividades artísticas da comunidade japonesa no Brasil.
Dentro do recorte no período pós-Guerra, o processo de imigração japonesa para o Brasil, passou por diversas fases, desde contextos socioeconômicos, até interferências nacionais e internacionais. Porém, os imigrantes que já se encontravam estabelecidos no pais, buscavam encaixar-se dentro de um quadro em que as relações entre o Brasil e o Japão tomam novos rumos. E é no final da década de 60 que a cerâmica começa a ganhar uma expressão artística.
A conjuntura por volta da arte japonesa no Brasil tem diversos estágios, desde a chegada de artistas renomados, até algumas famílias que trouxeram com elas, fragmentos de sua cultura.
Com o passar dos anos, a cultura japonesa foi se firmando cada vez mais no Brasil, abrindo então um espaço de descobertas e troca de culturas. Hoje, o mercado de cerâmica no país é uma mescla das origens apresentadas pelos imigrantes japoneses entre outras heterogeneidades.
A ceramista Lucy Lemmi, é uma das fontes referencias da cerâmica no brasil. Há 20 anos, ela realiza um trabalho no torno e na modelagem que seguem uma metodologia própria tendo influência da cerâmica japonesa “A arte da cerâmica japonesa é uma forma de expressão milenar e universal que possibilita ao artesão uma integração e comunicação interior” afirma Lucy.
Os traços que compõem o trabalho de Lucy Lemmi, seguem tanto influências da cerâmica japonesa como referências extraídas da natureza brasileira, essa conjuntura, permite que ela transite entre o clássico e o contemporâneo.
Uma arte tão antiga, repleta de camadas que compõem a sua trajetória. A cerâmica japonesa veio até o Brasil, encantou aos que aqui estavam, e até hoje é admirada no mundo, seja por sua estética ou pela sua importância cultural.
A ceramista Lucy Lemmi diz “Uma peça de cerâmica leva em si, além de beleza, história”.