
Trump redefine o conflito Rússia-Ucrânia em busca dos minerais ucranianos e do enfraquecimento da União Europeia.
A guerra entre Rússia e Ucrânia completa três anos marcada por uma reviravolta geopolítica impulsionada pela eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. Após anos de isolamento ocidental, Vladimir Putin enxerga uma oportunidade para consolidar seus objetivos estratégicos na Europa. O novo presidente americano desafia décadas de política externa ao priorizar interesses econômicos dos EUA, incluindo o controle de minerais estratégicos da Ucrânia.
Trump busca um rápido realinhamento com Moscou. Ele questiona a relevância da OTAN e pressiona aliados europeus a financiar sua própria segurança. A mudança enfraquece a posição da Europa no conflito. Washington exclui Kiev das negociações de paz enquanto atende exigências russas. Entre elas está a anexação formal de territórios do leste ucraniano e o veto à entrada de Kiev na aliança militar ocidental.
O interesse de Trump vai além da diplomacia tradicional. Ele exige acesso aos recursos estratégicos da Ucrânia como contrapartida à ajuda militar concedida até agora. As chamadas “terras raras” – elementos químicos essenciais para tecnologia avançada – tornaram-se foco central. A Ucrânia detém 20% das reservas globais de grafite, crucial para baterias de veículos elétricos. Especialistas avaliam que os EUA tentam garantir vantagem competitiva contra China e Europa.
Para Putin, a nova administração americana oferece uma chance de reverter perdas estratégicas desde o colapso da União Soviética. Ele propõe a criação de esferas de influência na Europa, dividindo o continente entre Moscou e Washington. Embora enfraquecido por custos humanos e econômicos da guerra, o líder russo vê espaço para impor suas condições.
A Europa enfrenta dilemas internos. França e Alemanha lidam com crises políticas e o crescimento de partidos pró-Rússia. Sem apoio firme dos EUA, a UE se vê forçada a repensar sua postura frente ao Kremlin. Para especialistas, isso marca o fim da ordem mundial pós-Segunda Guerra Mundial.
A guerra acelera mudanças estruturais no sistema internacional. EUA, Rússia e China disputam protagonismo em uma nova configuração global. A África e a Índia emergem como peças-chave neste tabuleiro. Enquanto isso, a Ucrânia luta para preservar sua soberania diante de pressões externas.