Melhora dos rendimentos e inflação baixa estimulam vendas do comércio

O volume de vendas do comércio varejista cresceu 3,2% em janeiro em relação ao mesmo mês de 2017. É o décimo resultado positivo nesse tipo de comparação. Frente a dezembro do ano passado, a alta foi menor, de 0,9%, após uma queda de 0,5% no mês anterior. As informações são da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada nesta terça (13) pelo IBGE.

O comércio manteve a trajetória de crescimento, mas janeiro perdeu um pouco do fôlego na comparação com o último trimestre e com o segundo semestre de 2017. Assim, as vendas em janeiro de 2017 foram melhores do que as de janeiro de 2018, “uma vez que o comércio estava em uma recuperação que começou em finais de 2016 e que seguiu ao longo do ano passado”, diz a gerente da pesquisa, Isabella Nunes.

Na comparação com janeiro de 2017, seis dos oito setores do varejo tiveram alta. O de hiper e supermercados, que contempla também produtos alimentícios, bebidas e fumo, teve o maior impacto no indicador, com crescimento de 3,1%. De acordo com Isabella, o resultado pode ser explicado pela melhora dos rendimentos da população e pela baixa inflação: “o aumento da massa de rendimentos reais e a redução sistemática dos preços na alimentação no domicílio foram os principais fatores para o desempenho positivo do setor”.

Segundo Isabella, outro segmento impulsionado pela melhora nos rendimentos foi o de outros artigos de uso pessoal e doméstico, que cresceu 10,5%, e contempla lojas de departamentos, joalheria, artigos esportivos e brinquedos. Com esse resultado, o setor manteve a trajetória de recuperação iniciada em setembro de 2016, e “pode estar associado também à redução da taxa de juros e à maior disponibilidade de crédito para pessoas físicas”, explica a gerente da pesquisa.

Ainda frente a janeiro de 2017, o setor de combustíveis e lubrificantes teve queda de 4,0%. De acordo com Isabella, isso é consequência de os preços dos combustíveis estarem acima da variação média. Também caiu o comércio de livros, jornais, revistas e papelaria: “se por um lado a compra de material escolar influenciou a variação positiva do setor na comparação com dezembro (0,3%), por outro, a queda frente a janeiro do ano passado (-7,3%) demonstrou a substituição do meio impresso para o eletrônico, em especial de jornais e revistas”, conclui Isabella.

Fonte: Agência IBGE