Pesquisa da ONU mostra aumento da ansiedade global com proteção de privacidade e dados online

Usuários de Internet estão mais preocupados com a privacidade online e muitos questionam a proteção oferecida por provedores e mídias sociais, segundo pesquisa da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). No Brasil, 74% dos entrevistados disseram que crimes virtuais são sua maior fonte de preocupação.

Uma nova pesquisa do Centro Internacional de Governança e Inovação (CIGI) e Ipsos, em colaboração com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e a Sociedade Internet, aponta que os internautas estão mais preocupados com a privacidade online e muitos questionam a proteção oferecida pela internet e empresas de mídias sociais. O declínio da confiança pode colocar em risco o avanço do comércio online, mesmo que novos usuários sejam mais vulneráveis a abusos porque não sabem dos riscos que estão correndo.

“Confiança é essencial para a expansão e uso de plataformas de e-commerce e sistemas de pagamento móveis em nações em desenvolvimento”, afirmou Fen Osler Hampson, diretor de Segurança Global e Política do CIGI, uma think thank que ajudou a conduzir o estudo.

A crescente preocupação com privacidade coincide com maior controle público de políticas de proteção das grandes empresas de internet, em especial depois da revelação de que uma consultoria política teve acesso não consentido a milhões de dados pessoais de usuários do Facebook.

“A pesquisa demonstra a importância de adoção e adaptação de políticas para lidar com a evolução da economia digital”, disse Shamika Sirimanne, Diretora da Divisão de Tecnologia e Logística da UNCTAD, que lida com o aspecto econômico da globalização.

Nove em cada dez entrevistados na China, Índia e Indonésia demonstram convicção na proteção de seus dados online. Em contrapartida, menos de 60% dos consumidores no Japão e Tunísia afirmam sentir segurança no resguardo de suas informações. No Brasil, 74% dos entrevistados informaram que crimes virtuais são sua maior fonte de preocupação.

Embora o uso de smartphones para compras e transações seja maior em países em desenvolvimento, usuários revelam receio com os avanços tecnológicos. Suas preocupações, segundo o estudo, residem na possibilidade de que a tecnologia implique na perda de emprego.