Banco Central aumenta juros para conter inflação e incertezas econômicas

Selic sobe para 13,25% ao ano. Comitê de Política Monetária (Copom) vê inflação alta e economia aquecida no Brasil. Cenário internacional e fiscal gera mais dúvidas.

O Banco Central elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, chegando a 13,25% ao ano. Foi a quarta alta consecutiva, colocando os juros no maior nível desde setembro de 2023. A decisão, unânime pelo Copom, já era esperada pelo mercado.

Segundo o comunicado do Copom, a inflação no Brasil segue acima da meta, enquanto a economia está aquecida. No cenário internacional, incertezas nos Estados Unidos, com a postura do Federal Reserve (Fed), também preocupam. O Banco Central alertou que os gastos públicos e a percepção sobre o regime fiscal estão pressionando os preços de ativos.

Para a próxima reunião, em março, o Copom confirmou nova alta de 1 ponto, mas não garantiu aumentos em maio. A decisão dependerá da evolução da inflação, que está acima do teto da meta de 4,5% para 2024.

A Selic é a principal ferramenta para conter a inflação, mas juros altos também encarecem o crédito e dificultam o crescimento. No Relatório de Inflação, o Banco Central projeta crescimento de 2,1% para o PIB em 2025, enquanto o mercado prevê 2,06%.

O aumento da Selic reflete a preocupação com o controle dos preços, já que o IPCA de 2024 acumulou alta de 4,83%. O Banco Central revisou para cima as previsões de inflação, esperando 5,2% em 2025 e 4% no acumulado de 12 meses até o terceiro trimestre de 2026.

Impactos na economia

Juros altos desestimulam o consumo e a produção, mas incentivam a poupança. O Copom mantém o foco na convergência da inflação à meta, mesmo que o custo seja um crescimento econômico mais lento.