
Estudo recente revela que mais da metade das populações de tartarugas marinhas ao redor do mundo apresentam indícios de recuperação, um sopro de esperança para a biodiversidade marinha.
Em um cenário global frequentemente marcado por notícias ambientais preocupantes, surge um raio de otimismo vindo dos oceanos. Uma pesquisa abrangente, publicada no periódico Endangered Species Research, aponta para uma tendência encorajadora: populações de tartarugas marinhas, outrora severamente ameaçadas, estão mostrando sinais de recuperação em mais da metade dos locais onde habitam. O estudo, que analisou 48 populações e avaliou o impacto de ameaças como caça predatória, poluição, desenvolvimento costeiro desordenado e as crescentes mudanças climáticas, traz uma atualização crucial sobre o estado de conservação desses fascinantes animais após mais de uma década sem uma análise similar.
Os resultados da pesquisa revelam nuances importantes entre as diferentes regiões e espécies. As populações que habitam o vasto Oceano Atlântico demonstram uma maior probabilidade de recuperação em comparação com aquelas que navegam pelas águas do Pacífico. Contudo, nem todas as espécies compartilham o mesmo destino promissor. As majestosas tartarugas-de-couro enfrentam um panorama mais desafiador, com todas as sete regiões do planeta onde são encontradas sob forte pressão ambiental, conforme alerta Bryan Wallace, ecologista da vida selvagem da Ecolibrium.
Por outro lado, as tartarugas verdes, embora ainda classificadas como ameaçadas em escala global, exibem sinais robustos de recuperação em diversas áreas. “Ao implementarmos o fim das capturas comerciais e concedermos a elas o tempo necessário para se restabelecerem, suas populações agora prosperam nas águas costeiras de muitas regiões do México e dos EUA”, comemora a pesquisadora da Universidade de Stanford, Michelle María Early Capistrán.
Apesar dos avanços animadores, o estudo lança um alerta persistente sobre uma ameaça contínua e significativa: a morte de tartarugas marinhas aprisionadas acidentalmente em equipamentos de pesca. Bryan Wallace enfatiza que, embora novas tecnologias estejam sendo desenvolvidas para mitigar esse problema, a sua adoção generalizada pelas comunidades pesqueiras é fundamental para garantir a sua eficácia em larga escala.