
Produção cresce 11,9% em relação a 2024, com destaque para soja, milho e arroz; Centro-Oeste lidera entre as regiões produtoras.
O Brasil deve registrar uma safra agrícola recorde de 327,6 milhões de toneladas em 2025, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (10). O volume representa um aumento de 11,9% (ou 34,9 milhões de toneladas) em relação à produção de 2024, que foi estimada em 292,7 milhões de toneladas. O dado também é 1,2% superior à previsão divulgada em fevereiro, com acréscimo de 3,9 milhões de toneladas.
A área total a ser colhida também apresenta crescimento, com 81,0 milhões de hectares — aumento de 2,5% em comparação ao ano anterior.

Soja, milho e arroz respondem por mais de 90% da produção
Os três principais produtos da safra — soja, milho e arroz — são responsáveis por 92,6% do total estimado da produção e por 87,7% da área a ser colhida. A soja lidera com estimativa de 164,3 milhões de toneladas, seguida pelo milho com 127,3 milhões de toneladas (sendo 25,5 milhões da 1ª safra e 101,8 milhões da 2ª safra) e o arroz com 11,9 milhões de toneladas.
Entre os destaques da variação anual estão:
- Soja: +13,3%
- Milho: +11,0% (1ª safra: +11,4%; 2ª safra: +10,9%)
- Arroz: +12,3%
- Feijão: +7,7%
- Trigo: +8,1%
- Sorgo: +3,8%
Por outro lado, houve redução na área de cultivo do feijão (-1,4%) e do trigo (-8,0%).
Região Centro-Oeste lidera com mais da metade da produção nacional
A Região Centro-Oeste segue como o maior polo agrícola do país, responsável por 50,5% da produção total. O estado do Mato Grosso se destaca como o maior produtor de grãos do país, com 30,9% de participação, seguido por Paraná (13,7%), Goiás (11,7%), Rio Grande do Sul (10,1%), Mato Grosso do Sul (7,6%) e Minas Gerais (5,6%). Esses estados, juntos, respondem por 79,6% da produção nacional.
Principais altas e quedas em relação a fevereiro
Em relação ao mês anterior, o levantamento de março apontou aumento nas estimativas de:
- Cevada: +29,7%
- Batata 3ª safra: +18,0%
- Trigo: +12,5%
- Aveia: +7,3%
- Tomate: +4,9%
- Milho 2ª safra: +2,3%
- Arroz: +3,0%
Entre as quedas, destacam-se:
- Cana-de-açúcar: -1,3% (-9,3 milhões de toneladas)
- Feijão 2ª safra: -5,7%
- Soja: -0,1%
Clima favorece arroz no Sul e preocupa cana em São Paulo
O arroz em casca teve sua produção impulsionada pelo aumento do volume das barragens no Rio Grande do Sul, o que permitiu maior área irrigada e produtividade. A produção gaúcha deve alcançar 8,1 milhões de toneladas, crescimento de 13,8% em relação a 2024.
Já a cana-de-açúcar sofreu com o clima quente e seco e os incêndios ocorridos no segundo semestre de 2024. A produção em São Paulo, principal estado produtor, deve cair 3,8% em relação ao mês anterior, somando 351,8 milhões de toneladas — o que ainda representa mais de 50% da produção nacional.
Café deve atingir 3,2 milhões de toneladas, mesmo com bienalidade negativa
A produção total de café (arábica e canephora) deve alcançar 3,2 milhões de toneladas (53,8 milhões de sacas de 60 kg), crescimento de 1,8% em relação a fevereiro. O café arábica sofre os efeitos da bienalidade negativa, com produção estimada em 2,1 milhões de toneladas (-10,6% frente a 2024). Já o café conilon (canephora) deve crescer 5,4%, com destaque para o Espírito Santo e Rondônia.
com informações da Agência IBGE Notícias