O Brasil ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o maior exportador de algodão do mundo, graças ao desempenho excepcional da safra 2023/2024. Foram colhidas mais de 3,7 milhões de toneladas. A conquista era prevista para 2030.
A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) comemorou o resultado, com 60% da produção já comercializada. “A liderança no fornecimento mundial da pluma é um marco histórico, mas não é uma meta em si”, destacou Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa. Segundo ele, o sucesso se deve ao aperfeiçoamento contínuo dos processos, qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade.
Miguel Faus, presidente da Anea, lembrou que há duas décadas o Brasil era o segundo maior importador mundial de algodão. “Essa guinada se deve a muito trabalho e investimento na reconfiguração total da atividade, com pesquisa, desenvolvimento científico, profissionalismo e união”, afirmou.
O bom desempenho dos produtores brasileiros também é atribuído à colaboração estreita com a indústria têxtil nacional. A rede “Sou de Algodão”, criada pela Abrapa, integra produtores de roupas, universidades de moda, pesquisadores e produtores de algodão, resultando em produtos de alta qualidade. Cerca de 84% do algodão brasileiro possui certificações socioambientais.
Principais Mercados
China, Vietnã, Bangladesh, Turquia e Paquistão são os principais mercados para o algodão brasileiro. A recuperação das exportações também foi impulsionada pela maior demanda de países como Paquistão e Bangladesh, que enfrentaram dificuldades financeiras no ciclo anterior. A expectativa inicial era exportar 2,4 milhões de toneladas, mas a meta foi superada.
Esse marco histórico foi anunciado durante a 75ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e seus Derivados, em Comandatuba, Bahia, na conferência Anea Cotton Dinner, promovida pela Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea).