Cafés capixabas especiais estão em cafeterias de Nova York e Los Angeles, nos Estados Unidos, e na Austrália. A produção dos cafés é feita nas cidades de Castelo e Brejetuba, respectivamente, pelos cafeicultores premiados William Sartori, José Antônio Romão e Valdeir de Paula.
Eles foram escolhidos pelos compradores após vencerem um concurso de qualidade promovido pelo Governo do Espírito Santo e participarem de uma rodada de negócios. Os cafés vendidos foram premiados em primeiro, segundo e terceiro lugares, na categoria arábica do prêmio.
Um dos compradores do café capixaba foi a cafeteria Sey Coffee, com sede no Brooklyn, Nova York, que tem a proposta de entregar uma seleção dos melhores, mais dinâmicos e complexos cafés do mundo. A Sey Coffee já ganhou o prêmio de melhor torrefação e cafeteria dos Estados Unidos.
A qualidade dos cafés está rendendo elogios na “capital do mundo”, onde os provadores classificaram os cafés capixabas como exóticos, de perfil sensorial inovador e de grande complexidade de sabor.
Primeiro Lugar
O café que conquistou o primeiro lugar na premiação teve como destino Los Angeles, nos Estados Unidos. A cafeteria com o nome SPLA remete às siglas das cidades de São Paulo e Los Angeles. O proprietário é estadunidense e fez a homenagem devido aos anos que morou na cidade brasileira. Do outro lado do mundo, a cafeteria Supreme Coffees, na Austrália, foi a que recebeu o café arábica que conquistou o segundo lugar no Prêmio Cafés Especiais do Espírito Santo.
O avaliador de café com certificação mundial Q-Grader, Rafael Marques, participou como juiz nas provas de cafés do prêmio. Ele também foi comprador dos cafés arábicas por meio da Faf Coffees, empresa responsável pela compra, conexão e exportação dos lotes campeões para as torrefações e cafeterias dos Estados Unidos e da Austrália. Os cafés foram exportados em sacas com a estampa Reserva Capixaba, um projeto criado pela empresa para ilustrar o vale onde foram produzidos e a sua qualidade.
“Os compradores ficaram surpresos com os cafés capixabas. Destacaram que são perfis semelhantes aos cafés do Quênia, que têm grande complexidade de sabor, características únicas de terroir, que resultam em uma herança de fatores decisivos para deixar a bebida mais refinada. Não é comum encontrar no Brasil café com tamanha inovação de perfil sensorial. Isso vem para coroar o trabalho que foi feito no prêmio e, para mim, é o maior sucesso que podemos ter como pessoas que trabalham lado a lado com os cafeicultores”, disse Rafael Marques.
Qualidade
Ao longo dos anos, o Espírito Santo se consolidou como uma importante origem produtora de cafés especiais e exóticos. Prova disso, é que o Estado tem despertado o interesse e a curiosidade de diversos importadores, exportadores, cafeterias e torrefações do Brasil e do mundo, conforme citou o extensionista do Incaper Douglas Gonzaga. Para ele, os importantes prêmios conquistados reforçam ainda mais a evolução da qualidade tanto do café arábica quanto do conilon.
O extensionista, que também é avaliador de café, ressaltou a importância de premiações, como o Prêmio Cafés Especiais do Espírito Santo, que coloca todo esse trabalho em evidência, reúne todos os envolvidos na cadeia produtiva e destaca o trabalho dos nossos agricultores, dando visibilidade aos nossos cafés, além de projetá-los para o Brasil e o mundo.
“Ver os cafés capixabas ocupando as prateleiras e xícaras de cafeterias nacionais e internacionais é extremamente gratificante para nós, pois representa a valorização do trabalho de nossos agricultores. Além disso, mostra que o trabalho de assistência técnica e os incentivos à produção de cafés especiais têm rendido frutos e bons cafés. Esse trabalho é realizado pelo Incaper, instituições e empresas parceiras”, destacou Douglas Gonzaga.