O Ministério da Saúde concluiu mais uma etapa da Caravana da Saúde, iniciativa crucial no combate à dengue e outras arboviroses. A ação percorreu 27 municípios em 16 estados, incluindo Vitória (ES), com o objetivo de fortalecer a vigilância, otimizar o atendimento à população e reorganizar os serviços de saúde.
A caravana, liderada pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde para Dengue e Outras Arboviroses (COE Dengue), visitou cidades como Bagé (RS), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Manaus (AM). O foco principal foi aprimorar a vigilância epidemiológica e garantir atendimento de qualidade à população.
Plano Nacional e Ações Emergenciais
A iniciativa faz parte do esforço contínuo do governo para prevenir e controlar a dengue, especialmente no período sazonal de alta incidência. Em janeiro, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou o Plano de Contingência Nacional, que inclui medidas estratégicas para ampliar a rede assistencial e conter o avanço das arboviroses.
Além do suporte técnico às secretarias de saúde, a caravana reforça campanhas educativas, como a ação nacional de controle da dengue, zika e chikungunya, com o slogan “Tem 10 minutinhos? A hora de prevenir é agora”. A campanha incentiva a população a dedicar 10 minutos por semana para eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti.
Tecnologia e Inovação no Combate ao Aedes Aegypti
O Plano de Ação para Redução da Dengue e Outras Arboviroses 2024/2025 incorpora novas tecnologias para o controle do vetor. Entre as medidas, destacam-se:
Expansão do Método Wolbachia para 40 cidades.
Implantação de insetos estéreis em aldeias indígenas.
Uso de borrifação residual intradomiciliar em áreas de grande circulação.
Instalação de 150 mil Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs).
Aplicação do Bacillus Thuringiensis Israelensis (BTI), um biolarvicida eficaz.
WOLBACHIA
O Método Wolbachia é uma estratégia inovadora e promissora no combate à dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Ele se baseia na utilização de uma bactéria natural, a Wolbachia, para impedir a transmissão dessas doenças pelo mosquito Aedes aegypti.
Como funciona:
Introdução da Wolbachia: A bactéria Wolbachia é introduzida em ovos de Aedes aegypti em laboratório.
Liberação dos mosquitos: Os mosquitos Aedes aegypti infectados com Wolbachia são liberados no ambiente.
Reprodução e substituição: Esses mosquitos se reproduzem com os mosquitos Aedes aegypti locais, gerando filhotes que também carregam a Wolbachia.
Bloqueio da transmissão: A Wolbachia impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam no mosquito, bloqueando a transmissão dessas doenças para os humanos.
Vantagens do Método Wolbachia:
Natural e seguro: A Wolbachia é uma bactéria natural presente em muitos insetos, e o método não envolve modificação genética do mosquito.
Sustentável: A Wolbachia se espalha naturalmente pela população de mosquitos, reduzindo a necessidade de intervenções contínuas.
Eficaz: Estudos têm demonstrado a eficácia do método na redução da incidência de dengue e outras arboviroses.
Complementar: O Método Wolbachia complementa outras formas de controle do mosquito, como a eliminação de criadouros e o uso de inseticidas.
Onde o método está sendo utilizado:
O Método Wolbachia está sendo implementado em diversas cidades do Brasil e do mundo, com resultados promissores na redução dos casos de dengue e outras arboviroses. No Brasil, a iniciativa é liderada pela Fiocruz em parceria com o World Mosquito Program.
ARMADILHAS
As EDLs, armadilhas com larvicida em pó, são uma das estratégias inovadoras. Ao pousar nas armadilhas, o mosquito fêmea espalha o larvicida por um raio de até 400 metros. O Ministério da Saúde destinou 3 mil EDLs para São José do Rio Preto.
Vacinação e Busca Ativa
A vacinação contra a dengue para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos é outra ação fundamental. A ministra Nísia Trindade destaca a importância da busca ativa e da flexibilização da distribuição de doses para garantir a imunização da população.
A atuação da Força Nacional do SUS, somada aos recursos federais e ao esforço conjunto entre União, estados e municípios, visa conter o avanço da dengue e garantir atendimento de qualidade à população.
Plano de Contingência e Resposta Coordenada
O Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika estabelece diretrizes para prevenção, controle e assistência em saúde. O documento reforça a necessidade de uma resposta coordenada entre os governos e a participação ativa da população.
Com informações da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
