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Neste fim de semana, o Exército de Israel concluiu sua retirada do corredor Netzarim, em Gaza, liberando a principal rota que separava as regiões norte e sul.
Mas os palestinos que retornam para o norte encontram uma série de desafios. As últimas avaliações de danos do serviço de satélite da ONU indicam que 69% de todas as estruturas em Gaza foram afetadas, incluindo mais de 245 mil residências.
Na região norte, no município de Jabaliya, um total de 1339 construções sofreram danos.
A funcionária do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, Rosalia Bollen, explicou que muitas pessoas, que retornam ao norte de Gaza, estão encontrando suas casas em ruínas. Para elas, a saída é construir “abrigos improvisados em cima dos escombros”, em meio a uma onda de frio intenso.
De acordo com o Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, quase 1 milhão de deslocados vivem em “tendas precárias ou abrigos improvisados”. Muitos tetos estão sendo construídos com sacos velhos de arroz numa tentativa de se proteger das tempestades de inverno.
A agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, está entregando itens de abrigo, lonas, cobertores e outros produtos essenciais a milhares de famílias que lutam contra as condições climáticas.
O risco de fome persiste
Muitos outros habitantes de Gaza vivem em abrigos superlotados, em condições inseguras. Além disso, o norte do enclave carece de serviços básicos, incluindo água limpa.
A diretora regional da Organização Mundial da Saúde, OMS, para o Mediterrâneo Oriental disse que “o sistema de saúde está arruinado, a desnutrição está aumentando e o risco de fome persiste”.
Hanan Balkhy ressaltou o apelo da agência pelo fim urgente das restrições à entrada de suprimentos essenciais.
Desde que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas começou, em 19 de janeiro, o Programa Mundial de Alimentos, WFP na sigla em inglês, disse ter enviado mais de 15 mil toneladas de alimentos para a Faixa de Gaza.
Apesar de ter alcançado mais de 525 mil pessoas com cestas básicas, refeições quentes e dinheiro, a agência ressalta que as necessidades gerais continuam enormes.