As vendas no varejo aumentaram 1% em julho, na comparação com junho, e tiveram o terceiro mês positivo seguido, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada nesta quarta (11) pelo IBGE. É o melhor resultado para julho desde 2013, quando o avanço foi de 2,7%. Os índices de maio e junho foram revisados para 0,1% e 0,5%, respectivamente.
O crescimento das vendas em julho demonstrou um maior ritmo, após um primeiro semestre marcado pela estabilidade. A alta de 1% é a maior desde novembro de 2018 (3,2%), mês da Black Friday. Com esse resultado, o setor varejista está no patamar de junho de 2015 e permanece 5,3% abaixo do nível recorde alcançado em outubro de 2014.
Sete das oito atividades pesquisadas tiveram resultados positivos em julho, com destaque para as altas de hipermercados (1,3%), setor de maior peso, outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,2%), que incluem vendas online, e móveis e eletrodomésticos (1,6%).
O aumento na população ocupada e nas condições de crédito para as famílias foram dois fatores que influenciaram a melhora nas vendas. “Mesmo que seja crescimento em postos informais, as pessoas passaram a trabalhar. Isso tem impacto nas vendas de hipermercados, que é uma atividade básica”, explica a gerente da pesquisa, Isabella Nunes.
Já o crescimento do comércio de móveis e eletrodomésticos tem relação direta com o acesso a crédito, estimulado pela redução dos juros. “São vendas que vão participar do orçamento das famílias por alguns meses. A concessão de crédito aumentou para pessoas físicas, então houve um estímulo para as vendas de bens duráveis”, diz Isabella.
Em relação a junho, o varejo teve resultados positivos em 19 estados, com destaque para Mato Grosso (5,4%), Rio de Janeiro (2,7%) e Bahia (2,4%). As pressões negativas vieram de Amazonas (-1,9%), Roraima (-1,6%), Ceará (-1,5%), enquanto Goiás e Pará ficaram estáveis.
A pesquisa mostra também ganho de ritmo do comércio na comparação com julho de 2018, com crescimento de 4,3%, a quarta alta consecutiva nessa comparação. Já o indicador acumulado nos últimos 12 meses, passou de 1,2% até junho para 1,6% até julho.
“A taxa interanual foi influenciada pelo um dia útil a mais que julho teve em 2019. O resultado continuaria positivo sem esse dia a mais, mas em termos de magnitude, a taxa seria menor”, avalia Isabella.
O volume de vendas do varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, cresceu 0,7% em relação a junho. Veículos, motos, partes e peças recuaram 0,9%, após avanço de 3,5% no mês anterior, enquanto materiais de construção pressionaram positivamente, com avanço de 1,1%.
Fonte: Agência IBGE