O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o oficial do país, registrou deflação (queda de preços) de 0,04% em setembro deste ano. A taxa é menor que as inflações de 0,11% de agosto último e de 0,48% de setembro do ano passado. É a menor taxa para o mês desde 1998 (-0,31%). A queda foi puxada, principalmente, pela redução de 0,43% nos preços dos alimentos e bebidas, que caíram pelo segundo mês seguido. Os dados foram divulgados nesta quarta (09) pelo IBGE. No acumulado do ano, o IPCA registrou 2,49% e, nos últimos 12 meses, ficou em 2,89%.
A alimentação fora de casa desacelerou de 0,53% em agosto para 0,04% em setembro, devido à variação de -0,04% no item refeição. Mas a alimentação no domicílio teve queda de 0,70% nos preços, com destaques para o tomate (-16,17%), a batata-inglesa (-8,42%), a cebola (-9,89%) e as frutas (-1,79%).
“O grupo alimentação e bebidas já tinha apresentado queda em agosto, de -0,35%, que se intensificou para -0,43%, pressionada pela desaceleração da alimentação fora de casa, associada à queda na alimentação no domicílio, que caiu pelo quinto mês consecutivo”, explicou o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.
Artigos de residência e comunicação também tiveram deflação, de 0,76% e 0,01%, respectivamente. A queda nos preços de artigos de residência foi puxada pelos preços dos eletrodomésticos e equipamentos (-2,26%) e de TV, som e informática (-0,90%). Já saúde e cuidados pessoais pressionaram o resultado para cima, com alta de 0,58%.
O grupo habitação desacelerou de 1,19% em agosto para 0,02% em setembro. “A energia elétrica, que tem grande peso na habitação, tinha aumentado 3,85% em agosto, por causa da mudança da bandeira de amarela para vermelha patamar 1. Na passagem para setembro, os preços da energia elétrica permaneceram estáveis, ocasionando essa desaceleração”, comentou o gerente do IPCA.
O preço dos transportes ficou estável na passagem de agosto para setembro. Nesse grupo, os combustíveis subiram 0,12%, puxados pelas altas do etanol (0,46%) e do óleo diesel (2,56%). Já a gasolina (-0,04%) mostrou ligeira queda, menos intensa que a do mês anterior (-0,45%).
Dez locais pesquisados tiveram deflação
Entre os 16 locais pesquisados pelo IPCA, dez tiveram deflação, com destaque para São Luís (-0,22%), em função da queda observada na energia elétrica (-6,97%). Também tiveram quedas acentuadas Belo Horizonte (-0,18%), Brasília (-0,17%) e Rio de Janeiro (-0,13%).
A maior variação positiva ficou com Goiânia (0,41%), principalmente por conta da alta no preço da gasolina (2,80%).
Com informações da Agência IBGE