O mundo atingiu hoje a marca de dois milhões de mortos pela Coronavírus. A marca foi atingida 10 meses após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a Covid-19 como uma pandemia, e semanas depois dos primeiros países iniciarem a vacinação.
Embora tenha demorado oito meses para o mundo registrar 1 milhão de mortes por Covid-19, o segundo milhão ocorreu em menos de quatro meses.
Até esta sexta (15), mais de 93,5 milhões de casos do novo coronavírus foram registrados. Ao que parece, a pandemia está piorando.
O secretário-geral da ONU, António Gutterrez, pediu hoje maior engajamento e solidariedade global para enfrentar a pandemia. Veja as palavras do secretário:
“Nosso mundo atingiu um marco de cortar o coração: a pandemia de Covid-19 já custou 2 milhões de vidas.
Por trás desse número impressionante estão nomes e rostos: o sorriso que é agora apenas uma memória, a cadeira para sempre vazia à mesa de jantar, a sala que ecoa o silêncio de um ente querido.
Infelizmente, o impacto mortal da pandemia foi agravado pela ausência de um esforço global coordenado.
Em memória desses 2 milhões de almas, o mundo deve agir com uma solidariedade muito maior.
Agora é a hora.
Vacinas seguras e eficazes contra a Covid-19 estão sendo lançadas – e a ONU está apoiando os países a mobilizar o maior esforço global de imunização da história.
Estamos empenhados em garantir que as vacinas sejam vistas como bens públicos globais – uma vacina do povo.
Isso requer financiamento pleno para o Acelerador de Acesso a Ferramentas contra a Covid-19 e os mecanismos da COVAX – que se dedicam a tornar as vacinas disponíveis e acessíveis a todos.
As principais economias do mundo têm uma responsabilidade especial.
No entanto, hoje estamos vendo um vácuo de vacina.
As vacinas estão alcançando países de alta renda rapidamente, enquanto os mais pobres do mundo não têm nenhuma.
A ciência está tendo sucesso – mas a solidariedade está falhando.
Alguns países buscam acordos paralelos até mesmo comprando além do necessário.
Os governos têm a responsabilidade de proteger suas populações, mas o “nacionalismo da vacina” é contraproducente e atrasará a recuperação global.
A Covid-19 não pode ser derrotada em um país de cada vez.
Precisamos que os fabricantes aumentem seu compromisso de trabalhar com os mecanismos da COVAX e com países em todo o mundo para garantir fornecimento suficiente e distribuição justa.
Precisamos que os países se comprometam agora a compartilhar o excesso de doses de vacinas.
Isso ajudaria a imunizar todos os profissionais de saúde em todo o mundo com urgência e proteger os sistemas de saúde do colapso.
Outros na linha de frente, incluindo trabalhadores humanitários e populações de alto risco, devem ser priorizados.
Para ganhar a confiança do público, devemos aumentar a confiança e o conhecimento sobre as vacinas com uma comunicação eficaz e baseada em evidências.
À medida que a ciência continua a trilhar novos caminhos de esperança, vamos lembrar também das etapas simples e comprovadas que todos podemos tomar para nos mantermos seguros: usar máscaras, distanciar-nos fisicamente e evitar aglomerações.
Nosso mundo só pode ficar à frente desse vírus de uma maneira – unido.
A solidariedade global salvará vidas, protegerá as pessoas e ajudará a derrotar este vírus maligno.”