Censo 2022 revela aumento na frequência escolar e nível de instrução no Espírito Santo

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Entre 2000 e 2022, o estado registrou crescimento significativo na frequência à escola e creche, além de avanços no acesso ao ensino superior. Vitória se destaca como referência nacional em educação, mas desafios ainda persistem em municípios menos desenvolvidos.

O Espírito Santo demonstrou avanços expressivos na educação nos últimos anos, conforme dados do Censo Demográfico 2022 divulgados pelo IBGE. Entre as principais conquistas está o aumento da frequência à escola e creche entre crianças e jovens de até 24 anos, além de um salto no nível de instrução da população adulta. Esses resultados refletem uma trajetória positiva, embora desigualdades regionais ainda demandem atenção.

Segundo o levantamento, a taxa de frequência escolar bruta cresceu em todas as faixas etárias avaliadas. O maior destaque foi para crianças de 4 a 5 anos, com um aumento de 36,5 pontos percentuais desde 2000, atingindo impressionantes 89,2% em 2022. Na faixa de 0 a 3 anos, o crescimento foi de 23,3 pontos percentuais, chegando a 34,4%. Já entre os jovens de 15 a 17 anos, a elevação foi de 10,1 pontos, com 83,6% frequentando a escola. Para os adultos de 25 anos ou mais, a taxa de frequência escolar bruta foi de 5,4%, indicando que ainda há espaço para ampliar o acesso à educação continuada.

Interior em destaque

Esses números refletem progressos rumo às metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE). Governador Lindenberg, por exemplo, alcançou a marca histórica de 100% de crianças de 4 a 5 anos frequentando a escola. Outros municípios também se destacaram: Presidente Kennedy liderou na faixa de 0 a 3 anos, com 61,3% das crianças matriculadas em creches ou pré-escolas. Já na faixa de 6 a 14 anos, sete municípios registraram uma taxa de frequência escolar bruta de 100%, incluindo São Roque do Canaã, Ponto Belo e Ibiraçu.

No entanto, desafios ainda permanecem. Em 2022, 6.834 crianças e adolescentes de 6 a 14 anos e 25.139 jovens de 15 a 17 anos não estavam frequentando a escola no estado. Para especialistas, esses números reforçam a necessidade de políticas públicas mais eficazes para garantir a universalização do ensino, especialmente em regiões mais vulneráveis.

Ensino superior em alta

Outro ponto positivo foi o aumento no número de pessoas com ensino superior completo. Em 2022, 18,2% da população capixaba com 25 anos ou mais possuía diploma universitário – mais que o triplo da proporção registrada em 2000. Vitória lidera esse ranking, com 41,8% dos adultos formados, colocando a capital em quarto lugar no Brasil em média de anos de estudo (12,4 anos).

A área geral mais procurada por graduados no estado é “Negócios, administração e direito”, seguida por “Educação” e “Saúde e bem-estar”. Além disso, o Censo revelou que há uma pessoa formada em Medicina para cada 356,6 moradores no Espírito Santo. Esses dados evidenciam a diversificação acadêmica e a contribuição do ensino superior para o desenvolvimento regional.

Desigualdades persistem

Apesar dos avanços, disparidades ainda marcam o cenário educacional. Enquanto Vitória apresenta índices elevados de escolaridade, municípios como Irupi têm 60,4% da população adulta sem instrução ou com ensino fundamental incompleto. Esses contrastes evidenciam a necessidade de políticas públicas voltadas para regiões menos desenvolvidas.

Além disso, a distribuição por cor ou raça e sexo revela diferenças marcantes. Por exemplo, 74,2% dos médicos formados no estado são brancos, enquanto áreas como “Religião e teologia” concentram maior diversidade racial. No campo de gênero, mulheres dominam áreas como “Formação de professores” (95%) e “Serviço social” (94,6%), enquanto representam apenas 8,8% dos engenheiros mecânicos.

Os dados do Censo 2022 mostram que ainda há muito a ser feito. Investimentos contínuos em educação básica e superior, além de políticas inclusivas, serão fundamentais para consolidar os avanços e reduzir as desigualdades. A universalização do ensino, especialmente nas áreas rurais e periféricas, deve ser priorizada para garantir que todos tenham acesso a oportunidades educacionais de qualidade.