Estudo revela aumento da população de ratos em cidades do mundo todo devido ao aquecimento global

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Um estudo publicado na revista Science Advances revela que o aquecimento global está impulsionando um aumento significativo nas populações de ratos em áreas urbanas. A pesquisa analisou 16 grandes metrópoles, incluindo Toronto (Canadá), Nova York, Washington D.C., São Francisco (EUA) e Amsterdã (Holanda), e constatou que 11 dessas cidades apresentaram crescimento nas populações de roedores, tendência que deve persistir.

Em Washington D.C., por exemplo, a população de ratos aumentou 390% na última década, enquanto em São Francisco o crescimento foi de 300%. Toronto enfrenta uma “tempestade perfeita” de ratos, com os roedores invadindo cada vez mais os espaços urbanos. As chamadas para serviços de controle de pragas relacionadas a ratos na cidade canadense chegaram a 1.600 em 2023, quase o dobro do registrado em 2019.

Os pesquisadores atribuem esse “boom” populacional ao aquecimento global, que favorece a reprodução dos ratos. Com invernos mais amenos, os roedores conseguem se reproduzir por mais tempo ao longo do ano, acelerando sua multiplicação. Cidades que mais aqueceram são também as que apresentam os maiores aumentos na população de ratos, uma descoberta preocupante, especialmente após o ano mais quente já registrado, com temperaturas médias 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

Além dos danos econômicos, como infiltrações em construções e danos à infraestrutura, os ratos representam um risco à saúde humana, transmitindo doenças como leptospirose, salmonela e hantavirose. Eles também afetam a biodiversidade local, competindo com outras espécies urbanas por recursos e espaço.

Para os pesquisadores, as cidades precisam desenvolver estratégias de controle mais eficazes, como melhorar o gerenciamento de resíduos e tornar o ambiente urbano menos favorável para esses roedores. “Precisamos entender a batalha que estamos enfrentando”, afirma Jonathan Richardson, principal autor do estudo.

Embora os ratos urbanos sejam um problema crescente, Richardson destaca a curiosidade em torno desses animais, que conseguiram se adaptar tão bem à vida nas cidades. “Eu não gosto de ratos, mas é fascinante como eles conseguiram se espalhar pelo mundo e viver tão perto de nós com tanto sucesso”, comenta.