Estudo aponta desafios de acessibilidade nos principais marketplaces brasileiros

A acessibilidade em plataformas de compra online ainda enfrenta grandes desafios no Brasil. Um estudo realizado pelo Instituto Biomob revelou que, apesar de avanços pontuais, os principais marketplaces do país apresentam variações significativas na inclusão de recursos que facilitam o uso por consumidores com deficiência.

Baseado nas diretrizes WCAG 2.1, do Consórcio World Wide Web (W3C), o levantamento atribuiu notas de 4,5 a 9,7 para os marketplaces analisados, com média geral de 6. A OLX liderou o ranking, com nota 9,7, destacando-se por práticas como o uso de textos alternativos e uma organização semântica eficiente. Por outro lado, plataformas como Ponto Frio, Casas Bahia, Extra e Mercado Livre tiveram as menores notas, ficando com 4,5.

Outros players do setor tiveram desempenhos intermediários: Americanas obteve 7,5, Magazine Luiza 7,0, Netshoes 6,7 e Carrefour 5,4. O estudo destacou que, embora algumas práticas positivas sejam adotadas, há problemas persistentes, como ferramentas de acessibilidade inativas e falhas na navegação por teclado.

Impactos para consumidores e varejistas

A dificuldade de acesso às plataformas não é apenas uma barreira para os consumidores, mas também representa perdas financeiras para os varejistas. Dados do PROCON-SP apontam que 69% das pessoas com deficiência enfrentam problemas ao realizar compras online, com 17% relatando dificuldades constantes. Esses obstáculos prejudicam a experiência do consumidor e podem afastar um público significativo, reduzindo o potencial de receita.

Caminhos para a melhoria

Especialistas sugerem medidas para aprimorar a acessibilidade nos marketplaces, como:

  • Implementação de textos alternativos: Descrição precisa de imagens para usuários de leitores de tela.
  • Navegação por teclado: Garantia de que todos os elementos da página sejam acessíveis sem a necessidade de mouse.
  • Testes regulares de acessibilidade: Identificação de problemas antes de atingirem os usuários.
  • Treinamento de equipes: Capacitação em melhores práticas de acessibilidade digital.

Uma questão de inclusão e mercado

O estudo conclui que a acessibilidade é mais do que uma responsabilidade social; trata-se de uma oportunidade de negócios. Plataformas inclusivas podem atrair novos consumidores e fidelizar clientes, ampliando suas receitas e reforçando sua reputação. No entanto, o setor ainda tem um longo caminho a percorrer para garantir a igualdade de acesso no e-commerce brasileiro.