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Brasil exporta 3,8 milhões de sacas em dezembro e alcança recorde de 50,4 milhões em 2024
Em dezembro de 2024, o Brasil exportou 3,8 milhões de sacas de café, totalizando uma receita de US$ 1,145 bilhão, uma alta de 42,2% em relação ao ano anterior. No total, o país exportou 50,4 milhões de sacas durante o ano, um recorde histórico, com crescimento de 28,5% em volume e 55,4% em receita cambial, alcançando US$ 12,5 bilhões. Esse desempenho foi impulsionado principalmente pelos cafés arábica, que cresceram 20%, e pelos canéforas (conilon + robusta), com um aumento de 98%. Os dados são do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Os Estados Unidos foram o principal destino das exportações, seguidos pela Alemanha, Bélgica e outros países europeus. O Brasil também preencheu a lacuna deixada por produtores como Vietnã e Indonésia, que enfrentaram safra reduzida devido a adversidades climáticas. Além disso, as exportações de cafés diferenciados (certificados ou de alta qualidade) representaram 18,1% do total, com um aumento de 31,2% em relação a 2023.
Divisas
A entrada de divisas no país em função dos embarques cafeeiros também alcançou o melhor desempenho na história do levantamento do Cecafé, puxada pelos recordes apurados em café verde e solúvel. De janeiro a dezembro do ano passado, as remessas renderam US$ 12,515 bilhões ao Brasil, avançando 55,4% sobre 2023 e 35,4% em relação ao maior montante antecedente, registrado em 2022.
“Grandes produtores como Vietnã e Indonésia tiveram safras menores devido a adversidades climáticas. O Brasil, mesmo com uma colheita aquém do seu potencial, produziu o suficiente para honrar seus compromissos e, ainda, preencher a lacuna deixada pela falta de robusta dos concorrentes asiáticos. Com o consumo mundial se mantendo aquecido, foi natural o aumento dos preços e o crescimento dos ingressos com nossos embarques”, analisa o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.
Problemas logísticos
Entretanto, o setor enfrentou desafios logísticos, resultando em um prejuízo de R$ 42,3 milhões devido a atrasos nos portos. O Porto de Santos foi o maior responsável pelas exportações, seguido pelos complexos portuários do Rio de Janeiro e Vitória. A safra 2024/25 também registrou números históricos, com 26 milhões de sacas exportadas no primeiro semestre.