
Número de casos subiu nos últimos meses de 2024 e se estendem pelas primeiras semanas deste ano; metade das notificações confirmadas resultou e mortes; doença antes concentrada na região amazônica está se alastrando para outras áreas, diz Opas.
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um alerta sobre o aumento de casos de febre amarela na América Latina. A doença, transmitida por mosquitos, já causou 30 mortes entre 61 casos confirmados no ano passado. Nos primeiros meses de 2025, foram registrados mais 17 casos e sete mortes.

Expansão geográfica preocupa
Anteriormente concentrada na região amazônica, a febre amarela está se espalhando. No Brasil, estados como São Paulo e regiões do interior enfrentam surtos recentes. Na Colômbia, o departamento de Tolima também registrou casos. O Peru confirmou uma morte pela doença.

Vacina é a principal arma contra a doença
Uma dose da vacina contra a febre amarela oferece proteção vitalícia. A Opas alerta que a maioria dos casos ocorreu em pessoas não vacinadas. Para evitar novos surtos, os países devem intensificar campanhas de imunização, especialmente em áreas de risco.
Recomendações da Opas
- Vacinar 95% da população em áreas de alto risco.
- Realizar diagnóstico laboratorial nos primeiros 7 a 10 dias após sintomas.
- Monitorar pacientes graves para reduzir mortalidade.
- Atualizar planos nacionais de resposta rápida à doença.
Brasil em alerta
O Ministério da Saúde brasileiro emitiu nota técnica orientando viajantes para áreas de risco, como São Paulo, Minas Gerais, Roraima e Tocantins. Quem planeja visitar essas regiões deve verificar a carteira de vacinação e se vacinar com pelo menos 10 dias de antecedência.
Ações no Espírito Santo
No Espírito Santo, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) reforça medidas de prevenção após o aumento de casos em outras regiões do país. O estado não registra casos humanos desde 2018, mas permanece em alerta.
A coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, Danielle Grillo, orienta a população a verificar a situação vacinal. Quem recebeu a dose fracionada em outros estados deve buscar uma unidade de saúde para atualização.
A vacina contra febre amarela faz parte do calendário básico de vacinação para crianças de 9 meses a menores de 5 anos, com reforço aos 4 anos. Em 2024, a cobertura vacinal infantil foi de 72,5%, abaixo da meta de 95%. Já entre adultos, a cobertura supera 95%.
Idosos só devem ser vacinados após avaliação médica individualizada, considerando risco de exposição e condições clínicas. A Sesa também monitora primatas não-humanos, que podem indicar circulação do vírus em áreas florestais.
Por que isso importa?
Desde 1970, a febre amarela ressurge periodicamente nas Américas. A doença pode matar rapidamente sem tratamento adequado. A vigilância epidemiológica e a vacinação são fundamentais para evitar novos surtos.