Maior queda foi no Espírito Santo
De maio para junho, a atividade industrial caiu em 10 dos 15 locais investigados, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal Regional, divulgada nesta quarta (07) pelo IBGE. Rio de Janeiro, com queda de 5,9%, e São Paulo, com retração de 2,2%, foram os locais que mais influenciaram o recuo de 0,6% no índice nacional.
No Espírito Santo a queda foi de 12% em 2019. No acumulado no ano, entre junho de 2018 e junho de 2019, a queda chega a 4,5%. Esse resultado acontece pelas quedas na indústria extrativista (minérios, óleos e gás), celulose e metalurgia.
De acordo com o analista da pesquisa, Bernardo Almeida, a indústria paulista foi pressionada negativamente pelo setor de veículos automotores. “O setor já vem apresentando volatilidade, reflexo da conjuntura. Com a crise na Argentina, que é o principal mercado para as exportações de veículos brasileiros, a produção não escoa. Além disso, o desemprego no Brasil causa menor produtividade e faz cair a demanda, o que gera cautela nas decisões de investimento e consumo”, explica.
Já no Rio de Janeiro, foi o setor extrativo que mais pesou na queda de 5,9%. “A indústria fluminense não tem mineração, então, essa queda em nada tem a ver com o acidente de Brumadinho”, esclarece Bernardo. “Ela está relacionada a extração de petróleo e gás natural. Podemos destacar, ainda, a influência negativa do setor de derivados de petróleo, principalmente refino”, complementa.
Por outro lado, com alta de 4,9%, o Pará teve o maior crescimento em junho, registrando a segunda taxa positiva seguida, período que concentrou alta de 68%. Esses resultados interromperam três meses de queda, que acumularam uma redução de 38,6%.
“O setor extrativo de minério de ferro tem 88% da indústria paraense. É preciso aguardar para ver como o setor irá se comportar, mas, até aqui, conseguiu reverter a queda acumulada e mantem uma trajetória ascendente”, esclarece Bernardo.
Com retração de 1% no segundo trimestre do ano, a indústria manteve o comportamento negativo observados no primeiro trimestre (-2,3%), mas com redução na intensidade de perda de ritmo.
Isso se refletiu em nove dos 15 locais pesquisados, com destaque para Amazonas (de -5% para 4,2%), Ceará (de 0,4% para 5,9%), Pernambuco (de -2,4% para 2,8%), Bahia (de -3,4% para 0,6%), Rio Grande do Sul (de 6,1% para 9,8%), Santa Catarina (de 2,9% para 6,4%) e São Paulo (de -2,7% para 0,7%).