Jerusalém: Santo Sepulcro é fechado em protesto contra impostos

As igrejas cristãs de Israel fecharam o Santo Sepulcro de Jerusalém neste domingo (25). O Santo Sepulcro é o local onde Jesus Cristo foi sepultado, de acordo com a fé cristã. O fechamento, por tempo indeterminado, é um protesto contra a decisão do governo israelense de cobrar impostos sobre bens imóveis. As igrejas estão isentas há décadas.

Líderes religiosos protestaram em frente ao templo e anunciaram o fechamento. O ato é apoiado por Theophilos III, o patriarca de Jerusalém, Francesco Patton, custódio de Terra Santa, e Nourhan Manougian, patriarca Armênio da cidade.

De acordo com os líderes, há uma campanha contra os cristãos que “chegou recentemente a um nível sem precedentes, com as escandalosas ordens da prefeitura de Jerusalém de sequestrar bens das igrejas, propriedades e contas bancárias, de modo a fazer frente a impostos municipais punitivos”.

“Nós, os líderes das Igrejas responsáveis pelo São Sepulcro e o Status Quo dos diferentes lugares sagrados cristãos em Jerusalém – o Patriarcado greco-ortodoxo, a Custódia da Terra Santa e o Patriarcado Armênio – acompanhamos com grande preocupação a campanha sistemática contra as igrejas e as comunidades cristãs na Terra Santa“.

As últimas decisões da Câmara Municipal “rompem os acordos existentes e as obrigações internacionais que garantem os direitos e privilégios das igrejas, no que parece uma tentativa de debilitar a presença cristã em Jerusalém”.

As principais vítimas dessas decisões, advertem, serão “as famílias pobres, que ficarão sem comida e casa, e as crianças, que não poderão ir ao colégio”.

Wadi al Hosseini, guardião das chaves do Santo Sepulcro e quem o abre e fecha todos os dias, informou que a prefeitura “está pedindo às igrejas que paguem muito dinheiro em impostos. Isso nunca aconteceu no período Otomano, no Mandato Britânico ou no jordaniano”, acrescentou al Hosseini.

Trata-se do imposto municipal de bens imóveis sobre “centros religiosos, escolas e asilos de peregrinos”, explicou.

“Os gregos, católicos e armênios me pediram que fechasse a igreja. Portanto, pedi a todo mundo que saísse e fechei. Espero que o problema se resolva. Se não, serão dados novos passos e o papa pedirá aos peregrinos que não viajem à Terra Santa até que haja solução”, advertiu.

Hosseini lembrou que “a igreja nunca tinha sido fechada antes por motivos políticos” e disse acreditar que o problema será resolvido “em breve”, para que o templo possa voltar a abrir.