Jornal britânico fala da Lava_jato e coloca Cristo Redentor armado e com saco de dinheiro

O jornal britânico The Guardian publicou, nesta quinta ( 1º), uma extensa reportagem sobre a operação Lava Jato. Mas o que chamou a atenção foi a ilustração do Cristo Redentor com um  saco de dinheiro em uma das mãos e na outra uma pistola. A imagem provocou forte reação das entidades religiosas do país.

O conteúdo cobre uma revisão de todo o contexto histórico por trás da investigação, destacando os principais personagens e acontecimentos, além de uma carga opinativa sobre o que essa operação causará no país no futuro. Essa matéria ficou na capa do site e estava sendo a mais visualizada do portal nesta manhã.

Com uma imagem da silhueta do Cristo Redentor, segurando uma arma e uma sacola de dinheiro nas mãos, e com o título “Operação Lava Jato: Esse é o maior escândalo de corrupção da história?”, a reportagem de Jonathan Watts inicia ao narrar, sob a perspectiva de Newton Ishii (também conhecido como “Japonês da Federal”) quando ele foi ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, para prender Nestor Cerveró, em 14 de janeiro de 2015. A matéria explica que a partir da prisão do executivo da Petrobras foi possível descobrir a enorme rede de corrupção por trás do caso.

Depois disso, a reportagem volta realmente ao início da operação, em março de 2014, quando ainda estavam sendo investigados os doleiros. Ao mostrar que a lavagem de dinheiro era a mando de outro executivo da Petrobras, Paulo Roberto Costa, a Lava Jato iniciou a investigação na gigante do petróleo nacional. Quando questionado, Costa disse que Cerveró e outros diretores da Petrobras estavam deliberadamente pagando mais do que o necessário nos contratos com várias companhias. Tudo isso em troca de favorecimentos e participação em lucros.

A reportagem segue ao explicar caso a caso os acontecimentos na investigação da Operação Lava Jato, em sequência: como o dinheiro dos desvios da Petrobras estava sendo usado para fins políticos, como financiamentos de campanhas; como a Petrobras e suas ações têm uma forte influência política, principalmente levando em conta o governo Lula; a iniciativa de Sergio Moro de validar a prisão preventiva de vários suspeitos e, a partir disso, também conseguir acordos com declarações fundamentais para a investigação; momento em que Delcídio do Amaral foi detido após ser pego numa gravação da investigação tentando pagar pelo silêncio de Serveró; Amaral acusa Lula e Dilma de terem mandado ele subornar o filho de Serveró, Bernardo; explicação da situação (após o mensalão) que fez com que Lula precisasse fazer acordos com o PMDB e que no futuro colocou Temer à frente do País; as decisões do PT e de Dilma que potencializaram a operação e permitiram que a Lava Jato não parasse; Eduardo Cunha e a influência dele para o impeachment de Dilma; a importância do ministro do STF Teori Zavascki e sua posterior morte no acidente aéreo; início da investigação na Odebrech e provas sendo encontradas contra dúzias de políticos de diversos partidos de posicionamentos bem distintos; escândalo da JBS com provas contra Temer; consequências da investigação na economia do Brasil; dificuldades da investigação para o futuro, como a saída de Rodrigo Janot e os cortes aos fundos da Polícia Federal.

A matéria concluiu ao ponderar que todos esperam que a Lava Jato faça do Brasil uma nação mais justa e eficiente, e que seja governada por políticos mais “limpos” e que cumpram as leis. No entanto, eles dizem também que há o risco de a operação sacudir a frágil democracia do país e deixar tudo livre para uma teocracia evangélica assumir ou até mesmo ditadores. Finaliza ao dizer que: se isso irá ou não se provar uma cura para o Brasil, dependerá não só de quem cairá, mas de quem virá a seguir.

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