La Niña 2021 provoca fenômenos climáticos mesmo fraca

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Relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgado nesta quinta (09), em Genebra, mostra que um fenômeno La Niña de intensidade fraca deverá reaparecer ainda este ano, o segundo consecutivo. Por causa ele, poderão acontecer mais secas em algumas partes do mundo e maior risco de tempestades e de enchentes em outras áreas.

O La Niña, tem a tendência de amenizar as temperaturas na superfície do Oceano Pacífico Central e Oriental. Mas ainda assim, a agência prevê que as temperaturas entre setembro e novembro serão acima da média, especialmente no Hemisfério Norte.

Com a chegada do La Niña, a circulação atmosférica muda, influenciando ventos, pressão do ar e chuvas. Geralmente, os impactos no clima são os opostos do El Niño, que causa temperaturas mais quentes. 

A OMM destaca que existem 40% de chances do La Niña ocorrer entre setembro e novembro e chances iguais de reaparecer entre outubro e dezembro. O fenômeno vai influenciar as temperaturas do ar entre setembro e novembro, que deverão ser mais altas que a média no leste da América do Norte, no norte da Ásia e no Ártico, e também no leste da África e no Sul da América do Sul. 

A entidade prevê chuvas associadas ao La Niña, que deverão ser menores do que o normal em muitas regiões da América do Sul e também na maior parte do Mediterrâneo, Península Árabe e Ásia central. 

Segundo a OMM, um clima mais seco é esperado até dezembro na África, especialmente em países como Burundi, Quênia, Ruanda e Tanzânia. 

O secretário-geral da OMM declarou que “a mudança climática influenciada pelas ações humanas aumenta os impactos de eventos naturais como o La Niña, com calor mais forte e secas.”

Petteri Taalas explica ainda que os riscos de incêndios aumentam, enquanto muitas regiões acabam enfrentando recordes de chuvas e de enchentes. Segundo ele, isso foi visto em várias áreas nos últimos meses, com “efeitos trágicos”. Taalas destacou que “a mudança climática está aumentando a frequência e a intensidade dos desastres.”

O chefe da OMM explicou que a instalação de sistemas de alerta sobre o clima e melhor gerenciamento do risco de desastres estão salvando vidas. Mas Taalas informou que os impactos sócio-econômicos e humanitários estão piorando a insegurança alimentar e causando mais deslocamento de pessoas.

O secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial participa esta quinta-feira do Evento Humanitário de Alto Nível da ONU sobre Ação Antecipatória, que busca ampliar a ação coletiva sobre crises ligadas ao clima.