Pretos ou pardos são quase dois terços dos desempregados
Cerca de 3,2 milhões de pessoas estão à procura de emprego há dois anos ou mais no Brasil. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta terça (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), isso representa 25,2% dos 12,5 milhões de desocupados do país.
Ainda segundo o IBGE, cerca de 1,8 milhão, ou 7,1% dos desocupados, estavam há menos de um mês procurando emprego. A taxa de desemprego no país no terceiro trimestre deste ano, divulgada no fim de outubro, ficou em 11,8%, abaixo dos 12% registrados no segundo trimestre.
A Pnad-Contínua trouxe ainda dados sobre taxa de desemprego dos estados. O Espírito Santo teve uma queda 10,9% para 10,6% na taxa na variação entre o segundo e o terceiro trimestres.
Rondônia foi o único estado com alta na taxa de desemprego, ao passar de 6,7% para 8,2%. As outras 25 unidades da federação tiveram estabilidade na taxa, de acordo com os dados do IBGE.
As maiores taxas foram observadas nos estados da Bahia (16,8%), Amapá (16,7%) e Pernambuco (15,8%). Já os menores níveis foram registrados em Santa Catarina (5,8%), Mato Grosso do Sul (7,5%) e Mato Grosso (8%).
Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, houve altas em Goiás (que passou de 8,9% para 10,8%) e Mato Grosso (de 6,7% para 8%). Três estados tiveram queda neste tipo de comparação: São Paulo (13,1% para 12%), Alagoas (de 17,1% para 15,4%) e Sergipe (17,5% para 14,7%).
A taxa composta de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas ou subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas) foi de 24% no país. Maranhão (41,6%) e Piauí (41,1%) apresentam estimativas acima de 40%.
Por outro lado, as menores taxas foram observadas em Santa Catarina (10,6%), Mato Grosso (14,7%), Rio Grande do Sul (16,3%) e Mato Grosso do Sul (16,3%).
Desalentados
O número de desalentados (pessoas que desistiram de procurar emprego) foi de 4,7 milhões de pessoas no terceiro trimestre. Os maiores contingentes estavam na Bahia (781 mil) e no Maranhão (592 mil) e os menores em Roraima (17 mil) e Amapá (19 mil).
O percentual de pessoas desalentadas foi de 4,2%. Os maiores percentuais estavam no Maranhão (18,3%) e Alagoas (16,5%) e os menores em Santa Catarina (1,1%), Rio Grande do Sul (1,3%) e Distrito Federal (1,3%).
Empregos formais
Santa Catarina tinha o maior percentual de empregados com carteira assinada (87,7%). Já o menor percentual estava no Maranhão (49,9%).
As unidades da federação com maior percentual de trabalhadores sem carteira de trabalho assinada no setor privado foram Maranhão (50,1%), Pará (49,9%) e Piauí (49,9%). As menores taxas foram observadas no Rio Grande do Sul (18,1%) e Santa Catarina (12,3%).
Pretos ou pardos são quase dois terços dos desempregados
No terceiro trimestre, 65,2% dos desocupados eram pretos ou pardos. Os brancos representam 34% dessa distribuição, e pessoas de cor preta respondiam por 12,7%. Apenas a taxa de desocupação de brancos (9,2%) é abaixo da média nacional, enquanto a de pardos é 13,65% e a de pretos 14,9%.
A taxa de desocupação das mulheres foi 39% maior que a dos homens, porém essa diferença já foi de 64,5% no primeiro trimestre de 2012. A menor diferença foi registrada no quarto trimestre de 2017 (27,6%). A taxa de desocupação das mulheres das regiões Norte (15,1%) e Nordeste (16,7%) apresentaram as estimativas mais elevadas e a do Sul (9,8%), a mais baixa.
“A mulher nordestina tem a menor taxa de ocupação (38%), que representa 74% da taxa de ocupação da mulher do Centro Oeste (50,9%), a mais alta”, destacou Adriana.
No terceiro trimestre de 2019, a taxa de subutilização da força de trabalho foi de 24%, grupo que reúne os desocupados, os subocupados com menos de 40 horas semanais e uma parcela de pessoas disponíveis para trabalhar, mas que não conseguem procurar emprego por motivos diversos. Maranhão (41,6%) e Piauí (41,1%) apresentam estimativas acima de 40%. Por outro lado, os estados onde foram observadas as menores taxas foram Santa Catarina (10,6%), Mato Grosso (14,7%) e Rio Grande do Sul (16,3%).
Com informações das Agências Brasil e IBGE