Microplástico coloca em risco os oceanos

A cada ano, cerca de 8 milhões de toneladas de plástico acabam no oceano. Isso equivale a um caminhão de lixo cheio desse produto jogado no mar a cada minuto.

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, entre 60 a 90% da areia que se acumula nas linhas costeiras, a superfície e o fundo do mar já têm plástico.

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Entre os dez itens mais encontrados nas praias brasileiras estão restos de cigarro, tampas de garrafa, canudos, garrafas plásticas e sacolas plásticas.

Os itens mais comuns encontrados nas praias e no mar são bitucas de cigarro, sacolas e recipientes de alimentos e bebidas. Foto: Pnuma/Shawn Heinrichs

Cadeia Alimentar

Os itens mais comuns são bitucas de cigarro, sacolas e recipientes de alimentos e bebidas. O lixo marinho prejudica mais de 800 espécies marinhas, 15 das quais estão ameaçadas.

O plástico consumido por espécies marinhas também entra na cadeia alimentar humana através do consumo de peixes. A agência da ONU alerta que nos últimos 20 anos, a proliferação de microplásticos, microesferas e plásticos descartáveis evidenciaram esse problema.

Campanha

Para chamar a atenção para essa questão, o Pnuma, lança esta segunda-feira a campanha “O que há no seu banheiro?” Através da iniciativa, a agência convida consumidores de todos os lugares a examinar e a trocar produtos que usam microplásticos por alternativas mais seguras.

O objetivo da campanha, que encerra no dia 17 de novembro, é aumentar a consciência sobre os danos causados ​​pelo plástico em produtos de cuidados pessoais e as mudanças que podem ser feitas para reduzir os danos causados pelo produto.

Mares Limpos

O Pnuma lançou a campanha Mares Limpos em 2017 para promover um movimento global que aborda o problema dos plásticos de uso único. Na segunda fase da campanha, a meta é focar em aspectos específicos do lixo marinho, como a poluição plástica gerada pela indústria de cosméticos.

A agência aponta que a maioria das pessoas associa a poluição plástica marinha ao que pode ver ao longo da costa ou flutuando na superfície do mar. Mas os microplásticos e as microesferas representam um desafio oculto, pois não podem ser vistos e, portanto, não são lembrados.

Consumidores

Muitos consumidores não sabem a quantidade de plástico que pode haver nos itens de cuidados pessoais que usam diariamente em seus rostos e corpos.

Do plástico na embalagem aos microplásticos com menos de 5 mm escondidos nos produtos, incluindo glitter, eles são projetados para descer pelo ralo, percorrerem os rios e, finalmente, acabar no mar.

Vida Marinha

O Pnuma destaca que os microplásticos são pequenos demais para serem filtrados pelas estações de tratamento de resíduos e atraem toxinas e bactérias transmitidas pela água que podem ser encontradas em suas superfícies.

Por se parecerem com comida, essas substâncias são comidas por peixes, anfíbios, insetos, larvas e animais marinhos, além de aves marinhas e outras formas de vida marinha, bloqueando o trato digestivo e causando problemas físicos.

Além do risco à vida marinha, as implicações dos microplásticos para a saúde humana ainda não são totalmente conhecidas, mas considerando sua prevalência em roupas, alimentos, água e cosméticos se prevê que sejam de grande alcance.

Fonte: ONU News