Pela primeira vez, o mundo celebra neste 31 de agosto o Dia Internacional para Pessoas de Descendência Africana. Com a criação da data, as Nações Unidas buscam promover “as contribuições extraordinárias da diáspora africana” e eliminar todas as formas de discriminação contra os afrodescendentes.
A ONU destaca que todos os seres humanos “nascem livres e iguais em dignidade e direitos e têm o potencial de contribuírem, de forma construtiva, ao desenvolvimento e bem estar das sociedades.
As Nações Unidas lembram que “qualquer doutrina de superioridade racial é falsa do ponto de vista científico, condenável do ponto de vista moral, socialmente injusta, perigosa e deve ser rejeitada”.
A ONU reconhece, por exemplo, o tráfico transatlântico de escravos como um dos capítulos mais sombrios da história da humanidade. Portugal foi um dos países que contribuiu para o tráfico de escravos a partir do século 15, como lembra a professora de Estudos Africanos, Isabel Henriques, que participou de um vídeo especial das Nações Unidas sobre o tema.
Experiência em Portugal
“Este tráfico de escravos começa por ser feito com base em escravos raptados, apanhados em África. São as chamadas razias de escravos. E depois, muito cedo, a Coroa Portuguesa se verifica a necessidade de transformar esse método de apanhar escravos em África num método mais seguro, mais organizado e, portanto, passa-se a vender e a comprar escravos em África.”
Segundo a historiadora Isabel Henriques, muitos escravos foram separados de suas famílias e eram obrigados a deixar de falar em suas línguas nativas e aprender português.
Aproveitando o marco do Dia Internacional dos Afrodescendentes, as Nações Unidas também defendem a igualdade para todas as vítimas da escravidão, do tráfico de escravos e do colonialismo, em especial dos descendentes africanos.