ONU comemora redução do buraco na camada de ozônio na Antártida

Em 2019, o buraco que se formou na camada de ozônio sobre a Antártida foi o menor já registrado desde a descoberta do mesmo.

Os cientistas da Nasa, a Agência Espacial Americana, e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos, explicam que o buraco da camada de ozônio, no Hemisfério Sul, se expande ao longo de setembro e meados de outubro.

Estados Unidos e Canadá

O aumento pode chegar, nessa época, a 21 milhões de km2, o equivalente a uma área maior que Estados Unidos e Canadá juntos.

Mas este ano, as medições mudaram. O buraco na camada de ozônio, em 8 de setembro, registrava 16,4 milhões de km². Em meados deste mês, o tamanho era menor que 10 milhões de km².

O cientista-chefe de Ciências da Terra do Centro de Vôo Espacial Goddard da Nasa, Paul Newman, acredita que a notícia é ótima para o Hemisfério Sul.  Mas ele chama a atenção para “temperaturas estratosféricas mais quentes”, com influência sobre o resultado.

De acordo com Newman, isso “não é um sinal de que o ozônio atmosférico esteja subitamente num caminho rápido para a recuperação.”

Recuperação

A recuperação, a longo prazo, da camada de ozônio está em andamento, mas ainda deve levar anos, segundo a revisão quadrienal de 2018 do Painel de Avaliação Científica do Protocolo de Montreal, que controla as substâncias que destroem a camada de ozônio.

A previsão é de que a camada do Hemisfério Norte e de latitude média se recupere completamente até a década de 2030.

De acordo com o relatório, no Hemisfério Sul isso deve ocorrer até a década de 2050 e na Antártida até a de 2060.

A Organização Mundial de Meteorologia, OMM, é uma das colaboradoras da Avaliação Científica e suas estações de monitoramento de ozônio da rede da Global Atmosphere Watch.

Buraco de Ozônio

Os cientistas explicam que um evento climático fora do normal, ou um súbito aquecimento estratosférico, interrompeu a circulação na estratosfera polar no início de setembro, quando o buraco no ozônio estava começando a se formar.

O calor na estratosfera reduz a formação de nuvens polares estratosféricas, que são um elo crítico na rede de eventos que levam ao buraco de ozônio.

É a terceira vez nos últimos 40 anos que os sistemas climáticos causam temperaturas quentes que limitam a diminuição do ozônio. Padrões climáticos semelhantes na estratosfera antártica em setembro de 1988 e 2002 também produziram buracos de ozônio atipicamente pequenos.

Não há conexão identificada entre a ocorrência desses padrões únicos e as mudanças no clima.

Fonte: ONU News