ONU diz que formas atuais de escravidão continuam afetando milhões de pessoas

A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, Unesco, destacou esta sexta-feira a “luta contra todas as formas atuais de escravidão, que continuam a afetar milhões de pessoas, particularmente mulheres e crianças.”

Em mensagem sobre o Dia Internacional de Lembrança do Tráfico de Escravos e sua Abolição, Audrey Azoulay disse que “a luta contra o tráfico e escravidão é universal e continua.”

Neste 23 de agosto, Nações Unidas marcam Dia Internacional de Lembrança do Tráfico de Escravos e sua Abolição; 2019 marca ponto médio da Década Internacional dos Afrodescendentes.

História

Na noite de 22 para 23 de agosto de 1791, teve início uma revolta em Santo Domingo, hoje Haiti e República Dominicana. O evento teve um papel crucial na abolição do tráfico transatlântico de escravos e por isso que o Dia Internacional é comemorado em 23 de agosto de cada ano.

Azoulay diz que nesta data “se honra a memória dos homens e mulheres que se revoltaram e abriram caminho para o fim da escravidão e da desumanização.” Segundo ela, o dia serve para “honramos a memória deles e de todas as outras vítimas da escravidão.”

A representante afirma que “para extrair lições desta história, é preciso despir o sistema, desconstruir os mecanismos retóricos e pseudocientíficos utilizados para justificá-lo e recusar aceitar qualquer concessão ou apologia que constitua um compromisso.” Para Azoulay, essa “lucidez é o requisito fundamental para a reconciliação da memória.”

Comemoração

Segundo a Unesco, o ano de 2019 é particularmente importante para este dia comemorativo. Para a agência “é hora de fazer um balanço e adotar novas perspectivas.”

Esse ano é o ponto médio da Década Internacional dos Afrodescendentes, que acontece entre 2015 e 2024, e também marca o 25º aniversário do projeto da Rota dos Escravos da Unesco.

Além disso, 2019 é o ano em que o Gana celebra o Ano do Retorno e os laços históricos do país com a diáspora africana. O reconhecimento marca o 400º aniversário da chegada dos primeiros escravos africanos à colônia inglesa de Jamestown, hoje território dos Estados Unidos.

Audrey Azoulay afirma que “todas essas comemorações encorajam a continuar lutando para colocar um fim definitivo à exploração humana e garantir que a memória das vítimas e dos combatentes da liberdade continue sendo uma fonte de inspiração para gerações futuras.”

Fonte: ONU News