ONU fala de “prática cruel” dos EUA ao separar crianças dos seus pais na fronteira

Começou nesta segunda (18), em Genebra, na Suíça, a 38ª sessão do Conselho de Direitos Humanos. A política migratória dos Estados Unidos foi um dos destaques da fala do alto comissário da ONU para os direitos humanos.

Zeid Al Hussein está muito preocupado com as medidas adotadas, que punem as crianças pelas ações de seus pais”. Segundo ele, quase 2 mil menores foram separados de suas famílias de forma forçada nas últimas seis semanas.

O alto comissário considera uma “prática cruel” e ele destacou que a Associação Americana de Pediatria classificou a medida de “um abuso infantil sancionado pelo governo”, que pode causar “danos irreparáveis e consequências por toda a vida”.

Zeid Al Hussein pede aos Estados Unidos para acabar com a medida imediatamente e ratificar a Convenção sobre os Direitos da Criança. O alto comissário lembra que as “pessoas não perdem seus direitos humanos simplesmente por cruzar uma fronteira sem um visto”.

Durante seu discurso, Zeid mencionou a situação de vários países, incluindo a Venezuela. O alto comissário falou sobre a “gravidade” das violações de direitos humanos e pediu a criação de uma comissão de inquérito sobre o país.

Coreia do Norte

Zeid lembrou dos protestos contra o governo na Nicarágua, que causaram a morte de pelo menos 178 pessoas. Ao deplorar a violência, ele também sugeriu a criação de uma comissão internacional de inquérito.

Em relação à Coreia do Norte, o chefe de direitos humanos da ONU afirmou que houve pouco progresso sobre as violações cometidas no país asiático.

Zeid Al Hussein explicou que a população norte-coreana “arrisca suas vidas e sua dignidade pelo exercício de seus direitos fundamentais, como tentar sair do país ou se comunicar com pessoas de fora”.

Ele ressalta que as portas do seu Escritório estão abertas para uma maior cooperação com o país e lembra que “colocar os direitos humanos no centro das negociações de paz contribuem para a paz a longo prazo”.

Despedida

Em relação à Síria, Zeid lamentou que as “terríveis violações e abusos cometidos pelo governo e aliados, mas também por extremistas violentos” destruiu boa parte do país.

Ele também lamentou que sua equipe e a Comissão de Inquérito sobre a Síria nunca foram autorizados a entrar no país.

Esse foi o último discurso de Zeid Al Hussein numa sessão do Conselho de Direitos Humanos, uma vez que o alto comissário deixa o cargo no fim de agosto.