OPAS preocupada com avanço da covid-19 nas Américas

A Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, disse estar profundamente preocupada com a rapidez com que a pandemia da covid-19 está se expandindo na região.

Depois de ter levado três meses para se chegar a 1 milhão de casos, o número quase dobrou em menos de três semanas. Na segunda-feira, a região registrou 1,74 milhão de casos do novo coronavírus e mais de 104 mil mortes devido à doença.

Avanço

Na última semana, as Américas tiveram mais 266.269 notificações, incluindo 19.543 mortes. Os números representam um aumento relativo de 18% em casos confirmados e 23% de óbitos, quando comparados ao período anterior.

Respondendo a uma questão sobre a situação no Brasil, o diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e Determinantes Ambientais da Saúde da Opas, Marcos Espinal, disse que o país é um dos que mais verificam a transmissão comunitária. O especialista reiterou que os Estados devem atuar de forma conjunta e individual.

Espinal também explicou que a Opas trabalha com o Brasil para assegurar que o país receba apoio necessário. Ele realçou que como estado federal, os governadores podem tomar medidas para ações como mitigação, mas destacou que o aumento de casos preocupa.

A recomendação é que continuem sendo implementadas as medidas orientadas pela Opas e pela Organização Mundial da Saúde, OMS.

Capacidade

Já a diretora da Opas, Carissa Etienne, afirmou que várias nações mostraram que o número de casos pode ser contido após uma forte vigilância e detecção, saúde pública coordenada, ações preventivas, rastreamento de contatos e aumento de capacidade do sistema de saúde.

A representante destacou ainda que enquanto se continua no que considerou “estágio perigoso da pandemia”, são necessários recursos para ajudar as pessoas a lidar com os impactos econômicos do confinamento domiciliar ou sem ir trabalhar. Etienne realçou que isso é vital para manter o vírus sob controle e reduzir a duração dessa crise.

Em termos econômicos, as previsões regionais apontam que o valor das exportações caia 15%, com impacto em muitos países da América Latina e do Caribe que dependem da exportação de commodities.

Interrupções

O setor turismo foi bastante afetado, impactando ainda mais as economias dos países do Caribe. Dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe destacam que as interrupções causadas pela covid-19 causaram um abalo total em nível regional.

A estimativa é que a economia da região contraia 5,3% este ano, na maior queda registrada em mais de 100 anos e pior que a grande depressão.

A recomendação é que os países apoiem suas economias enquanto construindo fortes redes de proteção social e adotando medidas de saúde pública com base em dados concretos, essenciais para salvar vidas.