
Roberto Andrade
É preciso que as autoridades mundiais entendam uma coisa: Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, não tem a mínima ideia do que está fazendo. Ele acha que sabe, mas não sabe. Trump, que já é, naturalmente, um ser maligno, ainda juntou um monte de diabinhos para ficarem soprando em cada ouvido. É um cara, completamente inconsequente, riscando fósforos perto de tanques de combustíveis, que já estão vazando, para se vingar por o terem deixado fora do parquinho por quatro anos.
O resultado: vai dar merda!
Durante seus quatro anos fora da Casa Branca e a campanha eleitoral, Trump fez promessas escolhidas a dedo para agradar o eleitor americano: deportar imigrantes ilegais; tirar os sanguessugas das costas da economia americana tarifando a tudo e a todos; não dar mais ajuda militar ou humanitária a ninguém, especialmente a aliados mais fiéis; e, internamente, acabar com a mamata dos funcionários públicos federais, que, segundo ele, não trabalham e ganham muito, e por aí vai. Disse apenas o que queriam ouvir: puro marketing eleitoral de direita.
Uma fórmula com todos os ingredientes para agradar a quem quer que seja.
Daí porque recebeu votos de imigrantes (legais, claro), pobres, negros, homens e mulheres, e até de gente LGBTQIA+, dando uma surra na Democrata Kamala Harris como não se via há décadas.
Além de derrotar os Democratas, Trump os deixou sem discurso, porque não há nada que o americano queira, que o laranja topetudo não tenha (ou coloque) na lista de promessas.
Cercou-se das maiores contas bancária do mundo e de um Legislativo subserviente e começou a atacar os mais fracos: imigrantes ilegais; funcionários públicos, países aliados.
Segundo Trump, medidas para tornar os Estados Unidos grande novamente, como, se, em algum momento da história recente, os EUA tivessem deixado de liderar o mundo tanto econômica quanto militarmente.
Mas como diziam os mais antigos: a teoria na prática é outra!
Passados menos de três meses, Trump já fez e desfez o que fez tantas vezes que ninguém mais sabe para onde vai a América. Tarifa num dia e destarifa no outro. Abandona aliados num dia e os acolhe no outro. Começou caçando imigrantes até em igrejas e hoje quase não toca mais no assunto. Mandou um monte de funcionários embora e já enfrenta problemas para tocar a máquina. Tirou dinheiro de ajuda humanitária e na área de saúde e já vê doenças antigas ameaçando o povo.
Ou seja, a rapadura é doce, mas não é mole!
Recentemente, em um discurso no Congresso, desfiou um monte de retalhos que, unidos, não dão uma colcha, de tão esfarrapados. Promete usar a força. Qual? Econômica? Militar? Ou as duas? Ninguém sabe! “Teremos a Groenlândia de um jeito ou de outro” e “vamos retomar o Canal do Panamá”. A Groenlândia é um protetorado da Dinamarca, que tanto quanto o Panamá são aliados históricos. Em qualquer das medidas pretendidas por Trump, caso se concretizem, a América não será grande novamente, mas um país traidor de aliados. A partir dessa ruptura, quem vai querer se associar aos americanos, a não ser países do mesmo naipe?
E toda a história americana contida na expressão “Aliados”, que vem desde a primeira Guerra Mundial será jogada no lixo.
Outro caso revela que o presidente americano não tem a mínima ideia de pra onde está indo, o do milionário que colocou no governo para demitir funcionários públicos. Elon Musk adora fazer apologia ao Nazismo. Mas Trump sonha em fazer um resort de luxo em Gaza, destruída pelos judeus israelenses a quem precisa agradar. Teremos, no futuro, apoio dos Judeus a uma Gaza reconstruída por Nazistas?
E como fica um governo americano, com um nazista no primeiro escalão?
E por falar em Nazismo, Trump sinalizou a redução de repasses de verbas para a OTAN e consequentemente da defesa da Europa. O resultado das bravatas de Trump é uma Europa se rearmando pesadamente. Entre os países, está a Alemanha que ficou quietinha desde a segunda Guerra e abomina o Nazismo, mas que agora vê ressurgirem seus movimentos de extrema-direita.
Imaginem a Alemanha rearmada e governada por nacionalistas radicais de direita, assim como Trump e Musk? Boa coisa não vai dar!
Ainda nas controvérsias Européias, Trump e seu vice-presidente, J.D. Vance, emboscaram o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em pleno salão oval da Casa Branca, mostrando, no mínimo, falta de educação com um convidado. Falou grosso, cuspiu em todas as direções e cortou ajuda à Ucrânia. Defendeu o agressor da Ucrânia, Vladimir Putin, presidente da Rússia, perante o mundo para afrontar Zelensky e ficou pendurado na brocha com ataques violentos à Ucrânia feitos pelos russos durante as supostas conversas sobre paz. Daí, deu meia volta e ameaçou Putin. O presidente Russo, nem aí, apareceu feliz da vida dando entrevista sobre a Guerra e fazendo graça com Emanuel Macron, presidente da França, ao lembrar o fiasco de Napoleão Bonaparte ao atacar a Rússia.
Trump acabou vendo a liderança, que queria demonstrar, ser transferida para um encontro mais produtivo na Arábia Saudita, entre funcionários do terceiro escalão. Resultado: voltou a ajudar a Ucrânia.
Depois de tanto amanhã eu vou lá hoje, tem gente achando que Donald Trump é um gênio. Com um estilo de governar único, que vai moldando o mundo à vontade dele. Eu de cá, só vejo uma pessoa que não tem a mínima idéia do que está fazendo e vai tateando aqui e ali, sem contestação. É o gerente da fábrica do papai. Todo mundo já viu que a empresa pode dar se dar mal, mas ninguém fala nada para não perder o emprego. O problema é que se a fábrica der com os burros n’água, muita gente vai se dar muito, muito mal. Enquanto o filho do dono pega seu carrão Tesla e vai embora, junto com os amigos bilionários, tirar umas férias no resort da família em Gaza.
O mundo precisa dos Estados Unidos equilibrado, mas não é isso que estamos vendo. Como disse um diplomata europeu: o mundo livre precisa de um novo líder.
A Casa Branca mandou pra casa o velhinho mais sensato porque acharam que ele estava senil. Daí colocaram no lugar outro velhinho. Só que esse é topetudo, laranja e, com certeza, está ruim da cabeça, em todos os sentidos!
E isso, não tem como acabar bem!