PIB cresce 3,4% em 2024, maior alta desde 2021, impulsionado por serviços e indústria

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Consumo das famílias e investimentos lideram expansão, enquanto agropecuária sofre queda de 3,2% devido a adversidades climáticas. Dados do IBGE mostram PIB per capita de R$ 55,2 mil.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro fechou 2024 com crescimento de 3,4%, atingindo R$ 11,7 trilhões, a maior taxa anual desde 2021. No quarto trimestre, o avanço foi de 0,2% em relação ao trimestre anterior, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho foi impulsionado pelos setores de serviços e indústria, que cresceram 3,7% e 3,3%, respectivamente, enquanto a agropecuária recuou 3,2%.

Crescimento sustentado por serviços e indústria

De acordo com Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, os principais destaques foram as atividades de serviços (5,3%), indústria de transformação (3,8%) e comércio (3,8%), responsáveis por metade do crescimento do PIB. A construção civil também se destacou, com alta de 4,3%, impulsionada pelo aumento da ocupação e da produção de insumos.

Por outro lado, a agropecuária registrou queda de 3,2%, reflexo dos impactos climáticos em culturas como soja (-4,6%) e milho (-12,5%). “Efeitos adversos do clima afetaram a produtividade e a estimativa de produção anual”, explicou Palis.

Consumo das famílias e investimentos lideram demanda

Pela ótica da demanda, o consumo das famílias avançou 4,8%, influenciado por programas de transferência de renda, melhoria no mercado de trabalho e juros mais baixos. Já os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) cresceram 7,3%, embora com menor peso no PIB. As importações subiram 14,7%, enquanto as exportações aumentaram 2,9%.

No quarto trimestre, o PIB manteve estabilidade, com leve alta de 0,2%. O consumo das famílias recuou 1%, impactado pela aceleração da inflação, principalmente em alimentos, e pelo aumento dos juros a partir de setembro. “O mercado de trabalho continuou melhorando, mas em ritmo mais lento”, destacou Palis.

Setores em destaque e desafios

Na indústria, a construção civil cresceu 2,5%, enquanto a eletricidade e gás registraram queda de 1,2%. Nos serviços, transporte e comércio tiveram desempenho positivo, mas atividades financeiras e de comunicação recuaram. A taxa de investimento subiu para 17% do PIB, acima dos 16,4% de 2023, enquanto a poupança caiu para 14,5%.