Piora a qualidade das rodovias brasileiras

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Mais da metade das estradas do país tem problemas de pavimentação, sinalização e traçado, diz pesquisa da Confederação Nacional do Transporte. Situação não é diferente no Espírito Santo. O estado precisaria de R$ 493,08 milhões para recuperar as rodovias, com ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução. Em 2018, o prejuízo gerado pelos acidentes foi de R$ 353,62 milhões. No mesmo período, o governo gastou R$ 107,21 milhões com obras de infraestrutura rodoviária de transporte.

A qualidade das rodovias brasileiras piorou no último ano. É o que mostra a 23ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias, divulgada pela Confederação Nacional do Transporte e pelo SEST SENAT. O estudo constata piora nas condições das características observadas. O estado geral apresenta problemas em 59% da extensão dos trechos avaliados. Em 2018, o percentual foi 57%. Também está pior a situação do pavimento (52,4% com problema), da sinalização (48,1%) e da geometria da via (76,3%). No ano passado, a avaliação foi 50,9%, 44,7% e 75,7% com problemas, respectivamente.

O número de pontos críticos identificados ao longo dos 108.863 quilômetros pesquisados aumentou 75,6%. Passou de 454 em 2018 para 797 em 2019. Na pesquisa da CNT, são avaliadas as condições de toda a malha federal pavimentada e dos principais trechos estaduais, também pavimentados. Nesta edição de 2019, foram percorridas todas as cinco regiões do Brasil, durante= 30 dias (de 20 de maio a 18 de junho), por 24 equipes de pesquisadores.

Além de abordar a situação das rodovias sob gestão pública e sob gestão concedida, o estudo também realiza o levantamento das infraestruturas de apoio, como trechos com postos de abastecimento, borracharias, concessionárias e oficinas mecânicas, restaurantes e lanchonetes disponíveis ao longo das rodovias. Neste ano, uma novidade é o Painel CNT de Consultas Dinâmicas da Pesquisa CNT de Rodovias no site da Confederação, no qual é possível verificar os resultados nacionais e por Unidade da Federação, dados de investimentos, acidentes e meio ambiente, entre outros.

Segundo a Pesquisa, as condições das rodovias impactam diretamente nos custos do transporte. Neste ano, estima-se que, na média nacional, as inadequações do pavimento resultaram em uma elevação do custo operacional do transporte em torno de 28,5%, sendo que o maior índice foi registrado na região Norte (+ de 38,5%). Transporte mais caro significa produtos mais caros e menor.

O presidente da CNT, Vander Costa, destaca a importância do investimento para que seja possível manter e expandir a malha rodoviária brasileira, garantindo a qualidade do tráfego de veículos. “É urgente a necessidade de ampliar os recursos para as rodovias brasileiras e melhorar a aplicação do orçamento disponível”, afirma. Segundo Vander Costa, “a priorização do setor nas políticas públicas e a maior eficiência na gestão são imprescindíveis para reduzir os problemas nas rodovias e aumentar a segurança no transporte”.

Com mais essa edição da pesquisa, a Confederação e o SEST SENAT colocam à disposição dos transportadores, do governo e da sociedade um diagnóstico completo das rodovias brasileiras. “Esperamos contribuir positivamente para a consolidação da agenda de infraestrutura de transporte, que vem sendo encarada como estratégica pelo novo governo”, afirma Vander Costa.

ESPÍRITO SANTO

10 fatos revelados pela pesquisa CNT de rodovias 2019 no Espírito Santo

A Pesquisa CNT de Rodovias avalia toda a malha federal pavimentada e os principais trechos estaduais, também pavimentados. Em 2019, foram analisados 1.400 km no Espírito Santo (108.863 km no Brasil).

  • Estado Geral: 52,9% da malha rodoviária pavimentada apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima. 47,1% da malha é considerada ótima ou boa.
  • Pavimento: apresenta problemas em 47,4% da extensão avaliada. 52,6% têm condição satisfatória. Em 1,4%, o pavimento está totalmente destruído.
  • Sinalização: 22,1% da extensão é considerada regular, ruim ou péssima. 77,9%, ótima ou boa. A faixa central é inexistente em 1,9% da extensão e as faixas laterais são inexistentes em 2,7%.
  • Geometria da via*: 74,5% da extensão é deficitária e 25,5%, ótima ou boa. As pistas simples predominam em 90,1%. Falta acostamento em 47,4% dos trechos avaliados. Nos trechos com curvas perigosas, em 41,8% não há acostamento nem defensa.
  • Pontos críticos: a pesquisa identifica 2 no Espírito Santo (2 erosões na pista).
  • Custo operacional: as condições do pavimento geram um aumento de custo operacional do transporte de 25,9%. Isso reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos.
  • Investimentos necessários: para recuperar as rodovias no Espírito Santo, com ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução, são necessários R$ 493,08 milhões.
  • Investimentos em 2019: do total de recursos autorizados pelo governo federal para infraestrutura rodoviária especificamente no Espírito Santo em 2019 (R$ 145,46 milhões), foram investidos R$ 53,78 milhões até setembro (37,0%).
  • Custo dos acidentes: o prejuízo gerado pelos acidentes foi de R$ 353,62 milhões em 2018. No mesmo período, o governo gastou R$ 107,21 milhões com obras de infraestrutura rodoviária de transporte.
  • Meio ambiente: em 2019, estima-se que haverá um consumo desnecessário de 10,7 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento. Esse desperdício

10 fatos

A Pesquisa CNT de Rodovias avalia toda a malha federal pavimentada e os principais trechos estaduais, também pavimentados. Em 2019, foram analisados 108.863 km no Brasil.

1 Estado Geral

59,0% da malha rodoviária pavimentada apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima. 41,0% da malha é considerada ótima ou boa.

2  Pavimento

Apresenta problemas em 52,4% da extensão avaliada. 47,6% têm condição satisfatória. Em 0,9%, o pavimento está totalmente destruído.

3 Sinalização

48,1% da extensão é considerada regular, ruim ou péssima. 51,9%, ótima ou boa. A faixa central é inexistente em 6,6% da extensão e as faixas laterais são inexistentes em 11,5%.

4 Geometria da via*

76,3% da extensão é deficitária e 23,7%, ótima ou boa. As pistas simples predominam em 85,8%. Falta acostamento em 45,5% dos trechos avaliados. Nos trechos com curvas perigosas, em 41,7% não há acostamento nem defensa.

5 Pontos críticos

A pesquisa identifica 797 no Brasil, sendo 130 erosões na pista, 26 quedas de barreira, 2 pontes caídas e 639 trechos com buracos grandes.

6 Custo operacional

As condições do pavimento geram um aumento de custo operacional do transporte de 28,5%. Isso reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos.

7 Investimentos necessários

Para recuperar as rodovias no Brasil, com ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução, são necessários R$ 38,60 bilhões.

8 Investimentos em 2019

Do total de recursos autorizados pelo governo federal para infraestrutura rodoviária especificamente no Brasil em 2019 (R$ 6,20 bilhões), foram investidos R$ 4,78 bilhões até setembro (77,1%).

9 Custo dos acidentes

O prejuízo gerado pelos acidentes foi de R$ 9,73 bilhões em 2018. No mesmo período, o governo gastou R$ 7,48 bilhões com obras de infraestrutura rodoviária de transporte.

10 Meio ambiente:

Em 2019, estima-se que haverá um consumo desnecessário de 931,8 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento. Esse desperdício custará R$ 3,30 bilhões aos transportadores.

Fonte: Agência CNT