A deterioração da qualidade da água está reduzindo o potencial econômico de áreas altamente poluídas, afirma um novo relatório do Banco Mundial divulgado esta terça-feira (20) em Washington.
A pesquisa “Qualidade Desconhecida: A Crise da Água Invisível”, também alerta que a “crise invisível da qualidade da água” está ameaçando o bem-estar humano e ambiental.
Economia
O relatório estima que as regiões afetadas por baixa qualidade da água podem ter um corte de um terço no seu potencial econômico.
A estimativa usa a medida Demanda Biológica de Oxigênio, DBO. Quando esta medida atinge um certo limite, o crescimento econômico cai devido aos impactos negativos na saúde, agricultura e ecossistemas.
O estudo do Banco Mundial tem novas informações sobre esse processo, usando o maior banco de dados global sobre qualidade da água e várias novas tecnologias.
Segundo a pesquisa, sem ação urgente, a qualidade da água continuará a se deteriorar, tendo impactos na saúde humana, reduzindo de forma maciça a produção de alimentos e atrasando o progresso econômico.
Poluíção
Em alguns países, “os rios e lagos estão tão poluídos que, literalmente, estão em chamas”. Os principais exemplos incluem o Lago Bellandur, na Índia, que produz cinzas que são levadas até seis quilômetros de distância.
Em muitos outros cursos de água, a poluição é menos visível, mas igualmente perigosa, com uma mistura tóxica de bactérias, esgoto, produtos químicos e plásticos que suga o oxigênio da água e a transforma em veneno.
O uso de nitrogênio como fertilizante na agricultura é apontado como particularmente problemático. O nitrogênio entra em rios, lagos e oceanos, onde se transforma em substâncias conhecidas como nitratos.
Os nitratos são prejudiciais para crianças pequenas, afetando seu crescimento e desenvolvimento cerebral.
Segundo o estudo, por cada quilograma de fertilizante de nitrogênio por hectare que entra nas correntes de água como nitratos, o nível de nanismo infantil pode aumentar em até 19%. O mesmo problema também tem um impacto sobre os futuros rendimentos potenciais das crianças afetadas, que se reduzem em até 2%.
Salinidade
Outro problema é o aumento da salinidade na água, uma consequência de secas mais intensas, tempestades e aumento da extração de água, que torna a terra menos produtiva para agricultura.
Devido a este aumento da salinidade, o relatório estima que, todos os anos, o mundo perde alimentos suficientes para alimentar 170 milhões de pessoas, o equivalente à população de Bangladesh.
Ação
Para enfrentar esses desafios, o Banco Mundial está pedindo a atenção imediata de países desenvolvidos e em desenvolvimento, em nível global, nacional e local.
O relatório destaca um conjunto de ações, incluindo políticas e normas ambientais, monitoramento preciso dos níveis de poluição e sistemas eficazes de fiscalização.
Também recomenda infraestrutura de tratamento de água com incentivos para investimento privado e divulgação de informações confiáveis e precisas às famílias para melhorar o envolvimento dos cidadãos.