Produção agropecuária capixaba fecha 2024 com desempenho misto: abate de bovinos recua, enquanto frangos avançam

Foto de Ramdas Aswale: https://www.pexels.com

A produção agropecuária do Espírito Santo apresentou variações expressivas em 2024, conforme os dados divulgados pelo IBGE através do Sistema SIDRA. O setor de abate de animais, um dos pilares da agropecuária capixaba, teve comportamentos distintos entre os diferentes rebanhos ao longo do ano.

Bovinos em queda

O abate de bovinos encerrou o ano com queda de 3,8% em relação a 2023, totalizando aproximadamente 67 mil cabeças abatidas no último trimestre. A retração reflete tanto a oferta mais enxuta de animais prontos para o abate quanto os altos custos de produção enfrentados pelos pecuaristas, especialmente na alimentação e nos insumos veterinários.

Suínos mantêm estabilidade

Já o segmento de suínos registrou relativa estabilidade, com uma leve variação positiva de 0,4% no volume abatido em 2024 frente ao ano anterior. Foram mais de 48 mil suínos abatidos no quarto trimestre, número semelhante ao registrado em 2023, o que demonstra um equilíbrio entre demanda interna e capacidade produtiva local.

Frangos seguem em alta

O grande destaque ficou com a avicultura. O abate de frangos cresceu 7,1% no acumulado do ano, com destaque para o quarto trimestre, que concentrou quase 10 milhões de cabeças abatidas. A expansão do setor se deve, em parte, à demanda aquecida, tanto interna quanto para exportação, além de investimentos em tecnologia e bem-estar animal feitos por produtores locais.

Análise do mercado

Para especialistas, o desempenho da avicultura demonstra a força e a resiliência do setor, que mesmo diante de instabilidades econômicas e climáticas, conseguiu crescer. Em contrapartida, o recuo nos bovinos acende o alerta para o encarecimento da produção e a necessidade de incentivos à pecuária de corte no estado.

Projeções para 2025

A expectativa para este ano é de recuperação gradual do segmento de bovinos, especialmente com a normalização de chuvas e possível queda no custo de insumos. Já a avicultura deve manter o ritmo de crescimento, sustentada por novos contratos internacionais e ampliação da capacidade instalada.