A produção industrial brasileira ficou praticamente estagnada em fevereiro ao crescer 0,1% frente a janeiro, na série livre de influências sazonais, revertendo uma queda de 0,2% de janeiro. Com a ligeira alta, a indústria fechou o primeiro bimestre com alta acumulada de 0,3%.
Os dados foram divulgados hoje (4), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Brasil (PIM – Brasil).
Eles indicam que, na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, a indústria teve queda de 0,8% em fevereiro, após avançar 1,4% em janeiro último. Neste caso, interrompendo 34 meses consecutivos de resultados negativos nesse tipo de comparação.
Recuo de 4,8%
Com o resultado de fevereiro, a taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, fechou o mês passado com recuo de 4,8% frente aos quatro meses imediatamente anteriores e manteve a redução no ritmo de queda iniciada em junho de 2016 (-9,7%). O ligeiro aumento verificado em fevereiro reflete crescimento em três das quatro grandes categorias de uso e em 13 dos 24 ramos da indústria pesquisados pelo IBGE.
Bens de consumo duráveis
A ligeira expansão da indústria brasileira entre janeiro e fevereiro, ao refletir avanços em três das quatro grandes categorias econômicas, traz como destaque o expressivo crescimento de 7,1% de bens de consumo duráveis e de 6,5% em bens de capital.
No primeiro caso, o item bens de consumo duráveis elimina um recuo de 4,8% assinalado em janeiro último; ao mesmo tempo, o setor de bens de capital recupera parte da perda de 7% de dezembro do ano passado e janeiro deste ano. Outro setor que fechou com expansão foi bens intermediários, com avanço de 0,5% sobre janeiro, neste caso a quarta taxa positiva consecutiva, acumulando no período expansão de 3,6%. A exceção foi o setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis, que caiu em fevereiro 1,6% frente a janeiro.
Ramos industriais
Os dados da Pesquisa Indústria Mensal Produção Física Brasil indicam que a ligeira expansão do parque fabril em fevereiro reflete resultados positivos em 13 dos 24 ramos industriais pesquisados, frente a janeiro.
Entre os setores, os principais impactos positivos foram registrados pelo item veículos automotores, reboques e carrocerias, que cresceu 6,1%, e em máquinas e equipamentos, com expansão de 9,8%.
Segundo o IBGE, ambos os setores reverteram as quedas observados no mês anterior: -8,4% para veículos automotores, reboques e carrocerias e -6,1% para maquinas e equipamentos.
Números de fevereiro
Os dados do IBGE indicam que o recuou 0,8% entre fevereiro deste ano e fevereiro de 2016 significa resultados negativos em duas das quatro grandes categorias econômicas, 17 dos 26 ramos, 46 dos 79 grupos e 53,2% dos 805 produtos pesquisados. O IBGE ressalta, porém, que fevereiro deste ano teve um dia útil a menos do que fevereiro de 2016.
As maiores influências negativas na formação da taxa média da indústria vieram dos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, cuja retração chegou a 10,7%, e produtos alimentícios, com queda de 6%.
Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional surgiram de outros produtos químicos (-3,6%), de outros equipamentos de transporte (-11,4%), de produtos de minerais não metálicos (-4,3%), de impressão e reprodução de gravações (-16,3%), e de produtos de metal (-4,1%).
Ainda na comparação com fevereiro de 2016, entre as nove atividades que apontaram aumento na produção, a principal influência no total da indústria foi registrada por veículos automotores, reboques e carrocerias (18,7%).
O IBGE destacou, ainda, os resultados positivos vindos de indústrias extrativas (4,7%), de máquinas e equipamentos (11%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (13,1%) e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (6,4%).
Primeiros dois meses
O IBGE também detalhou o resultado dos primeiros dois meses do ano. O crescimento acumulado de 0,3% em janeiro e fevereiro, frente a igual período do ano anterior, reflete resultados positivos em duas das quatro grandes categorias econômicas, 14 dos 26 ramos, 40 dos 79 grupos e 51,2% dos 805 produtos pesquisados.
Entre as atividades, indústrias extrativas (8,7%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (12,0%) exerceram as maiores influências positivas na formação da média da indústria, impulsionadas pelos itens minérios de ferro, óleos brutos de petróleo e gás natural, na primeira; e automóveis, veículos para transporte de mercadorias, caminhão-trator e autopeças, na segunda.
Fonte: Agência Brasil
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