A safra de grãos 2024/25 no Brasil deverá alcançar 325,7 milhões de toneladas, marcando um crescimento de 9,4% em relação à temporada anterior. Esse aumento é impulsionado por uma expansão de 2,1% na área cultivada, estimada em 81,6 milhões de hectares, além de uma recuperação de 7,1% na produtividade média, projetada em 3.990 quilos por hectare. Se confirmado, esse será o maior volume já registrado na série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os dados foram apresentados no 5º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, divulgado pela Conab.
Entre os principais destaques, está o aumento na produção de milho, que deve chegar a 122 milhões de toneladas, refletindo uma alta de 5,5% em relação ao ciclo anterior. De acordo com o Progresso de Safra divulgado nesta semana, a colheita da primeira safra de milho já atingiu 13,3% da área plantada. Apesar da redução de 6,6% na área dedicada ao milho de primeira safra, a produtividade média registrou um aumento de 9,9% em comparação com a temporada 2023/24. A expectativa é que a produção do milho de primeira safra alcance 23,6 milhões de toneladas. Já para a segunda safra, 18,8% da área já foi semeada, e a previsão é de um crescimento de 2,4% na área plantada, resultando em uma produção de 96 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 6,4%.
Soja
A soja, com 14,8% da área já colhida, também apresenta bons resultados. A produção da oleaginosa é estimada em 166 milhões de toneladas, um incremento de 18,3 milhões de toneladas em relação à safra passada, devido ao aumento da área plantada e à recuperação da produtividade média. O clima favorável, especialmente nos estados do Paraná, Santa Catarina e no Centro-Oeste, contribuiu para o bom desempenho da soja, embora Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul tenham enfrentado restrições hídricas desde meados de dezembro.
Com a semeadura já praticamente finalizada, a área destinada ao arroz deve chegar a 1,7 milhão de hectares, um aumento de 6,4% em relação à safra anterior. No Rio Grande do Sul, maior produtor do grão, as altas temperaturas e a redução dos reservatórios de água geram preocupação, embora ainda não se preveja uma queda na produtividade. A produção de arroz deve alcançar 11,8 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 11,4% em relação à safra anterior.
No feijão, a expectativa é de um aumento na produção, com as três safras somando 3,3 milhões de toneladas. A primeira safra já está em diferentes estágios fenológicos, com 47% da área colhida até 10 de fevereiro. Para a segunda safra, o plantio está em fase inicial, com uma estimativa de 1,46 milhão de toneladas, enquanto a terceira safra deve alcançar 778,9 mil toneladas.
A produção de algodão também deve bater recordes, com uma expansão de 4,8% na área plantada, estimada em 2 milhões de hectares. Com mais de 87% da área semeada, a previsão é de uma produção de 3,8 milhões de toneladas de pluma, caso as condições se confirmem.
Para as culturas de inverno, as primeiras estimativas indicam uma produção de trigo de 9,1 milhões de toneladas. O plantio no Paraná deve começar em meados de abril, e no Rio Grande do Sul, em maio, com os dois estados representando 80% da produção nacional de trigo.
Milho
Com o ajuste na produção de milho, impulsionado por um cenário de preços favoráveis durante o período de plantio da segunda safra, a demanda interna também foi revista, atingindo 86,9 milhões de toneladas. Apesar disso, a Conab prevê uma leve redução nas exportações de milho, com a projeção de embarque de 34 milhões de toneladas na safra 2024/25, devido ao aumento da demanda interna e à menor disponibilidade para o mercado externo.
Para o arroz, a área semeada foi atualizada, resultando em uma produção estimada de 11,8 milhões de toneladas, que não só garante o abastecimento interno como também permitirá um aumento das exportações de arroz brasileiro, que devem atingir 2 milhões de toneladas.
DESTAQUES
Fatores-chave para o crescimento:
- Aumento da área cultivada: A área destinada ao plantio de grãos cresceu 2,1%, atingindo 81,6 milhões de hectares.
- Recuperação da produtividade: A produtividade média das lavouras deve aumentar 7,1%, chegando a 3.990 quilos por hectare.
- Condições climáticas favoráveis: O clima tem sido positivo para a maioria das culturas, especialmente no Centro-Oeste e em parte do Sul do país.
Destaques por cultura:
- Milho: A produção total de milho está projetada em 122 milhões de toneladas, um aumento de 5,5%. A segunda safra do cereal, impulsionada por condições climáticas favoráveis e aumento da área plantada, deve atingir 96 milhões de toneladas.
- Soja: A colheita de soja é estimada em 166 milhões de toneladas, um salto de 18,3 milhões de toneladas. O resultado reflete o aumento da área cultivada e a recuperação da produtividade.
- Arroz: A produção de arroz deve chegar a 11,8 milhões de toneladas, um aumento de 11,4%. Apesar de algumas preocupações no Rio Grande do Sul, maior produtor do grão, a safra deve ser positiva.
- Feijão: As três safras de feijão somadas devem alcançar 3,3 milhões de toneladas, impulsionadas pelo aumento de área e produtividade.
- Algodão: A produção de algodão está projetada em 3,8 milhões de toneladas, um novo recorde para a cultura, refletindo o crescimento da área plantada.
- Trigo: A produção de trigo, principal cultura de inverno, é estimada em 9,1 milhões de toneladas.
Impactos no mercado:
- Demanda interna: A demanda interna por milho foi atualizada para 86,9 milhões de toneladas, refletindo o ajuste na produção e um cenário de preços mais atrativos.
- Exportações: As exportações de milho devem apresentar uma leve redução, devido ao aumento da demanda interna.
- Abastecimento interno: A safra de arroz garante o abastecimento interno e permite o aumento das exportações.
