A taxa de desocupação (10,9% no Brasil) subiu em todas as grandes regiões no 1º trimestre de 2016 em relação ao mesmo período de 2015: Nordeste (de 9,6% para 12,8%), Sudeste (de 8,0% para 11,4%), Norte (de 8,7% para 10,5%), Centro-Oeste (de 7,3% para 9,7%) e Sul (de 5,1% para 7,3%). No 4º trimestre de 2015, as taxas haviam sido de 10,5% no Nordeste, 9,6% no Sudeste, 8,6% no Norte, 7,4% no Centro-Oeste e 5,7% no Sul.
Entre as unidades da federação, as maiores taxas de desocupação no 1º trimestre de 2016 foram observadas na Bahia (15,5%), Rio Grande do Norte (14,3%) e Amapá (14,3%), enquanto as menores taxas estavam em Santa Catarina (6,0%), Rio Grande do Sul (7,5%) e Rondônia (7,5%).
O nível de ocupação (indicador que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar) ficou em 54,7% para o Brasil no 1º trimestre de 2016. Apenas a região Nordeste (49,0%) ficou abaixo da média do país. Nas demais regiões, o nível de ocupação foi de 59,8% no Sul, 58,6% no Centro-Oeste, 55,9% no Sudeste e 55,0% no Norte.
Santa Catarina (60,4%), Rio Grande do Sul (59,8%) e Mato Grosso do Sul (59,7%) apresentaram os maiores percentuais, enquanto Alagoas (42,8%), Rio Grande do Norte (46,7%) e Ceará (47,2%) apresentaram os níveis de ocupação mais baixos.
No 1º trimestre de 2016, entre os empregados do setor privado, os percentuais de empregados com carteira de trabalho nas grandes regiões foram de 85,1% no Sul, 83,7% no Sudeste, 78,1% no Centro-Oeste, 63,5% no Norte e 63,1% no Nordeste. A média no Brasil foi de 78,1%. Santa Catarina (89,1%), Rio de Janeiro (86,3%), São Paulo (85,5%) apresentaram os maiores percentuais de empregados no setor privado com carteira de trabalho, enquanto Maranhão (52,5%), Piauí (53,3%) e Paraíba (57,3%) apresentaram os menores.
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores ficou acima da média do Brasil (R$1.966) nas regiões Sudeste (R$ 2.299), Centro-Oeste (R$ 2.200) e Sul (R$ 2.098), enquanto Norte (R$ 1.481) e Nordeste (R$ 1.323) ficaram abaixo da média.
O Distrito Federal apresentou o maior rendimento (R$ 3.598), seguido por São Paulo (R$ 2.588) e Rio de Janeiro (R$ 2.263). Os menores rendimentos foram registrados no Maranhão (R$ 1.032), Piauí (R$ 1.263) e Ceará (R$ 1.285).
A massa de rendimento médio real habitual dos ocupados (R$ R$ 173,5 bilhões de reais para o país com um todo) ficou em R$ 90,6 bilhões da região Sudeste, R$ 29,5 bilhões no Sul, R$ 27,6 bilhões no Nordeste, R$ 15,7 bilhões no Centro-Oeste e R$ 9,8 bilhões no Norte.
A publicação completa da PNAD Contínua, com os dados divulgados hoje, está disponível aqui. Os principais resultados para o Brasil como um todo já haviam sido divulgados no dia 29/04/2016. Na atual divulgação, além das informações segundo os 80 recortes regionais da pesquisa, estão disponíveis também detalhamentos dos principais indicadores do mercado de trabalho por sexo, idade e nível de instrução.
Região Nordeste apresenta maior taxa de desocupação
A taxa de desocupação mostrou diferenças regionais de patamares ao longo de todos os trimestres analisados. No 1º trimestre de 2016, a região Nordeste foi a que apresentou a maior taxa, 12,8%, e a região Sul, a menor, 7,3%. Na comparação anual, foi observada elevação de 3,4 pontos percentuais (p.p) na taxa de desocupação do Sudeste, a maior elevação entre as regiões.
Todas as grandes regiões apresentaram diferenças significativas na taxa de desocupação por sexo. No Brasil, a taxa ficou em 9,5% para os homens e 12,7% para as mulheres, uma diferença de 3,2 p.p. A região Norte mostrou a maior diferença (5,4 p.p maior para as mulheres) e as regiões Sul e Sudeste apresentaram a menor diferença (2,9 p.p maior para as mulheres).
Por nível de instrução, a maior taxa de desocupação, no Brasil, foi observada para pessoas com ensino médio incompleto (20,4%). Para o grupo de pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi estimada em 13,3%, mais que o dobro da verificada para aqueles com nível superior completo (5,9%). Esse comportamento se repete entre as grandes regiões.
Por grupos de idade, a taxa de desocupação da população de 18 a 24 anos, no Brasil, foi de 24,1%. Nas regiões Sudeste (25,5%) e Nordeste (27,4%) a taxa de desocupação das pessoas de 18 a 24 anos foi maior que a média nacional para a idade. A região Sul (17,2%) apresentou a taxa menos elevada. Destaca-se, ainda, a alta taxa de desocupação no Sudeste para as faixas de 14 a 17 anos (48,4%).
Taxa de desocupação, na semana de referência, das pessoas de 14 anos ou mais de idade, por grupos de idade, segundo as Grandes Regiões – 1º trimestre de 2016
Mais da metade (53,6%) dos desocupados no Brasil têm ensino médio completo
Na população desocupada, o percentual de mulheres foi superior ao de homens. No 1º trimestre de 2016, elas representavam 50,8% dos desocupados no Brasil. Apenas na região Nordeste o percentual de mulheres na população desocupada (48,9%) foi inferior ao de homens. Já a maior participação das mulheres dentre os desocupados foi observada na região Sul (54,4%).
O grupo de 14 a 17 anos de idade representava 10,0% das pessoas desocupadas e os jovens de 18 a 24 anos eram 33,2% no Brasil. Os adultos de 25 a 39 anos de idade (34,7%) representam a maior parcela entre os desocupados. Esta distribuição não se alterou ao longo da série histórica da pesquisa, porém, em relação ao 1º trimestre de 2015, a participação dos menores de idade na população desocupada apresentou aumento de 0,2 ponto percentual.
No 1º trimestre de 2016, 53,6% das pessoas desocupadas no país tinham concluído pelo menos o ensino médio. Cerca de 23,8% não tinham concluído o ensino fundamental e aquelas com nível superior completo representavam 9,2%.
Distribuição das pessoas de 14 anos ou mais de idade, desocupadas na semana de referência, por nível de instrução, segundo as Grandes Regiões – 1º trimestre de 2016
Sul e Sudeste são as regiões com maior participação feminina entre os ocupados
Entre a população ocupada, verificou-se a predominância de homens no Brasil (57,4%) e em todas as regiões, sobretudo na Norte, onde os homens representavam 61,4% dos trabalhadores no 1º trimestre de 2016. Sul e Sudeste são as regiões com maior participação feminina (ambas em 43,8%).
A análise por grupos de idade mostrou que 12,8% dos ocupados eram jovens de 18 a 24 anos. Os adultos de 25 a 39 anos e 40 a 59 anos de idade representavam 78,1% e os idosos somavam 7,1% dos ocupados. A região com maior proporção de jovens ocupados é a Norte, onde a população de 18 a 24 anos representava 14,1% dos ocupados.
Por nível de instrução, a pesquisa mostrou no 1º trimestre de 2016 que mais da metade dos ocupados no Brasil tinha concluído pelo menos o ensino médio (55,0%), 29,3% não tinham concluído o ensino fundamental e 17,9% tinham concluído o nível superior.
Nas regiões Norte (37,6%) e Nordeste (39,0%), o percentual de pessoas sem instrução até ensino fundamental incompleto era superior aos das demais regiões. Na região Sudeste (34,4%), o percentual das pessoas que tinham o ensino médio completo era superior aos das demais regiões. A região Sudeste (21,6%) foi a que apresentou o maior percentual de pessoas com nível superior completo, enquanto a região Norte teve o menor (12,2%).
A pesquisa também apontou diferenças regionais com relação à forma de inserção do trabalhador no mercado de trabalho. Nas regiões Norte (33,6%) e Nordeste (31,9%) o percentual de pessoas que trabalham por conta própria foi superior ao observado nas demais regiões. O mesmo foi constatado para os trabalhadores familiares auxiliares, que apresentaram maior participação nas regiões Norte (6,1%) e Nordeste (3,5%).
O percentual de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado mostrou cenários distintos regionalmente, com as regiões Norte (63,5%) e Nordeste (63,1%) apresentando-se em patamares inferiores aos das demais regiões. Destaca-se que na comparação anual, a região Sul foi a única que apontou um aumento deste indicador, passando de 84,7% no 1º trimestre de 2015 para 85,1% no 1º trimestre de 2016.
No Nordeste, menos da metade (49,0%) das pessoas em idade de trabalhar estão ocupadas
O nível da ocupação apresentou diferenças de patamares no cenário regional. As regiões Sul (59,8%) e Centro-Oeste (58,6%) apresentaram os maiores percentuais e o Nordeste apresentou o menor nível da ocupação (49,0%).
O nível da ocupação dos homens, no Brasil, foi estimado em 65,8% e o das mulheres, em 44,6%, uma diferença de 21,2 p.p. Dentre as grandes regiões, a maior diferença foi observada na região Norte (27,0 p.p.) e a menor, na Sul (19,4 p.p.)
O grupo etário de 25 a 39 anos apresentou o maior nível da ocupação (73,6%), seguido do grupo etário de 40 a 59 anos (68,5%). Para os jovens de 18 a 24 anos, o nível da ocupação ficou em 51,9%. Entre os menores de idade, de 14 a 17 anos, esta estimativa foi de 13,0%, enquanto entre os idosos (60 anos ou mais), 21,9%.
Nos grupos com níveis de instrução mais altos, o nível da ocupação era mais elevado. No 1º trimestre de 2016, 36,0% das pessoas sem nenhuma instrução estava trabalhando no país. No grupo das pessoas com nível superior completo, o nível da ocupação chegou a 77,6%. Entre as grandes regiões, destaca-se que o nível da ocupação na região Norte é o maior tanto para o grupo dos menos escolarizados (44,7%) como para os mais escolarizados (80,6%).
Mulheres representam 66,1% da população fora da força
No Brasil, no 1º trimestre de 2016, 38,6% das pessoas em idade de trabalhar estavam fora da força de trabalho (não trabalhavam nem procuravam trabalho). A região Nordeste foi a que apresentou a maior parcela de pessoas fora da força de trabalho, 43,9%. As regiões Sul (35,4%) e Centro-Oeste (35,2%) tiveram os menores percentuais.
A população fora da força de trabalho era composta em sua maioria por mulheres, que, no 1º trimestre de 2016, representavam 66,1% desse contingente. Todas as regiões apresentaram comportamento similar.
Cerca de 35,9% da população fora da força de trabalho era composta por idosos (pessoas com 60 anos ou mais de idade). Jovens com menos de 25 anos de idade somavam 28,2% e os adultos, com idade de 25 a 59 anos, representavam 35,9%.
Em relação ao nível de instrução, mais da metade da população fora da força não tinha concluído o ensino fundamental (52,6%) e pouco mais de um quarto tinha concluído pelo menos o ensino médio (26,6%).
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