Metade dos estudantes entre 13 e 15 anos, em todo o mundo, afirma ter sofrido violência na escola ou perto da instituição. O número equivale a 150 milhões de pessoas. A conclusão é de um relatório publicado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.
Segundo a agência da ONU, esta realidade é parte universal da educação dos jovens hoje. A pesquisa afirma que o impacto na aprendizagem e bem-estar é sentido da mesma forma nos países ricos e pobres.
Impacto
A diretora-executiva do Unicef, Henrietta Fore, disse que “educação é a chave para construir sociedades pacíficas, mas, apesar disso, a escola não é um lugar seguro para milhões de crianças em todo o mundo.”
Segundo ela, “todos os dias, estudantes enfrentam vários perigos, incluindo lutas, pressão para se juntar a gangues, intimidação pessoalmente ou através da internet, formas violentas de disciplina, assédio sexual e violência armada.”
Fore acredita que, a curto prazo, isso tem impacto na aprendizagem dos jovens e, a longo prazo, pode levar à depressão, à ansiedade e ao suicídio.
Resultados
O relatório afirma que mais de um em cada três alunos é vítima de intimidação, ou bullying. O mesmo número envolve-se em brigas. Três em cada 10 jovens de países industrializados admitem intimidar os seus colegas.
No ano passado, aconteceram 396 ataques verificados em escolas da República Democrática do Congo, 26 no Sudão do Sul, 67 na Síria e 20 no Iêmen.
Cerca de 720 milhões de crianças em idade escolar vivem em países onde a punição corporal ainda não é completamente proibida.
Apesar de os riscos existirem para ambos os sexos, as meninas estão mais sujeitas à intimidação psicológica e os meninos mais em risco de violência física e ameaças.
A pesquisa afirma que violência com armas e facas continua a causar vítimas mortais e que, no mundo digital, crescem os conteúdos violentos e humilhantes.
Campanha
O relatório faz parte de uma campanha do Unicef chamada #ENDviolence, que é organizada em conjunto com várias organizações, como o governo do Reino Unido e a Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura, Unesco.
Como parte da iniciativa, o Unicef vai realizar várias palestras com jovens nos próximos meses. O primeiro evento aconteceu em julho, na África do Sul, com a embaixadora da boa vontade do Unicef, Lilly Singh.
Medidas
Para resolver este problema, o Unicef pede ação urgente e faz algumas recomendações. A agência da ONU acredita que os países devem aprovar nova legislação, aumentar programas de prevenção, estimular as comunidades a mudar a cultura das salas de aulas e reunir melhor informação sobre o assunto.
Nas redes sociais, o Unicef pede que jovens de todo o mundo lembrem as suas histórias, usando a hashtag #ENDviolence, e partilhando soluções que têm bons resultados.