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A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para um aumento preocupante de novos casos de Mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, em países fora do continente africano. Emirados Árabes Unidos, Tailândia e China relataram recentemente infecções pela variante clado 1b do vírus, levantando preocupações sobre a disseminação global da doença. A situação é particularmente crítica na República Democrática do Congo (RDC), onde uma epidemia ativa persiste e os conflitos locais dificultam os esforços de contenção.
Casos confirmados e letalidade
Até 2 de fevereiro deste ano, 1.348 casos foram confirmados em laboratório globalmente, sem registro de mortes até essa data. No entanto, a taxa de letalidade da doença na República Democrática do Congo foi alarmante no ano passado, variando entre menos de 0,5% entre os infectados confirmados e até 2,5% entre os casos suspeitos. Essa disparidade reflete tanto as limitações nos sistemas de saúde quanto o impacto devastador da doença em regiões afetadas por conflitos armados.
De acordo com a OMS, a cidade de Goma, no leste da RDC, e suas áreas adjacentes têm sido epicentros da crise. Os conflitos regionais não apenas dificultam o acesso a cuidados médicos, mas também aumentam o risco de propagação da doença para outras partes do país e além das fronteiras.
Emergência global de saúde pública
Em agosto do ano passado, a OMS declarou o surto de Mpox como uma emergência de saúde pública de importância internacional. Na ocasião, a Suécia foi o primeiro país a confirmar um caso fora da África. Desde então, a vigilância global intensificou-se, especialmente após a identificação da variante clado 1b em países como Emirados Árabes Unidos, Tailândia e China.
Na Tailândia, dois casos foram confirmados em pacientes com histórico de viagem aos Emirados Árabes Unidos, um país que também registrou novas ocorrências da doença. Já na China, sete casos foram relatados, incluindo um surto identificado em janeiro pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças chinês. Segundo agências de notícias locais, a infecção teria sido desencadeada por um estrangeiro com histórico de viagem e residência na República Democrática do Congo.
Desafios e medidas preventivas
A OMS destacou que a resposta à Mpox tem sido prejudicada por fatores como a falta de infraestrutura médica adequada, conflitos armados e a resistência cultural em algumas regiões africanas. Para mitigar esses desafios, a organização recomenda:
- Reforçar a vigilância epidemiológica;
- Ampliar o acesso a diagnósticos e tratamentos;
- Promover campanhas de conscientização sobre prevenção e higiene.
Além disso, autoridades globais enfatizam a importância de monitorar viagens internacionais e implementar medidas de quarentena quando necessário, especialmente em países com casos confirmados.
Alerta global
Embora a taxa de mortalidade associada à Mpox tenha sido relativamente baixa fora da África, a disseminação da variante clado 1b para países como Emirados Árabes Unidos, Tailândia e China demonstra que a doença continua sendo uma ameaça global. A OMS reitera que a cooperação internacional e a adoção de medidas preventivas são fundamentais para evitar uma nova crise sanitária mundial.
Com a declaração de emergência global ainda em vigor, governos e organizações de saúde precisam permanecer vigilantes para conter a propagação do vírus e proteger populações vulneráveis.
com informações da ONU News